Caso Marcelo Arruda: juiz determina retorno do inquérito à Polícia Civil

Ministério Público do Paraná também pede que uma das testemunhas preste depoimento complementar.

Ministério Público do Paraná também pede que uma das testemunhas preste depoimento complementar.

Atendendo a uma solicitação do Ministério Público do Paraná, o juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, determinou, nessa segunda-feira (18), que o inquérito que apura o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, baleado no dia 9, retorne à Polícia Civil para complementação de diligências.

O pedido tem como base a necessidade de apresentação do resultado da perícia no gravador de vídeo apreendido no local dos fatos, “que poderá indicar todos os acessos remotos realizados na câmera de segurança”. Com isso, um dos passos seguintes pode ser a requisição dos celulares de todos que abriram as imagens na noite do crime.

“Determino o retorno do inquérito policial à Delegacia de Polícia, via remessa off-line, para o urgente cumprimento das diligências investigativas requisitadas pelo Ministério Público, ressalvando que a aplicação do art. 16, do CPP, não afasta a observância dos exíguos prazos processuais na tramitação de inquéritos de indiciado preso”, escreveu o juiz.

Também nessa segunda-feira, o promotor Tiago Lisboa Mendonça, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), emitiu manifestação complementar na qual solicitou, com urgência, que uma das testemunhas volte a ser ouvida.

A pessoa em questão estava no churrasco de confraternização no qual o policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, que atirou contra Arruda, visualizou as imagens da festa com temática alusiva ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao ex-presidente Lula, que acontecia na sede da Associação Recreativa Esportiva da Segurança Física (ARESF).

Conforme o pedido, a testemunha, que fazia parte do círculo de contatos de Guaranho, deve esclarecer “quem eram os outros 02 (dois) associados da ARESF que se encontravam no churrasco de confraternização que era realizado na ASSEMIB, posto que em seu depoimento (minuto 21:20), deixou de informar por ter sido interrompido”.

“Na sequência, após a indicação dos nomes, deverá a Autoridade Policial proceder à oitiva das testemunhas referidas, a fim de que prestem esclarecimentos sobre os fatos objeto do presente Inquérito Policial”, complementou o promotor.

Finalizada na última quinta-feira (14), a investigação da Polícia Civil concluiu pelo indiciamento de Guaranho por prática de homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e perigo comum, ao colocar em risco a vida de outras pessoas). A perícia em equipamentos como o celular do atirador, entretanto, ainda não foi concluída.

Relembre o caso

No sábado (9), Marcelo Arruda celebrava o aniversário de 50 anos com uma festa para familiares e amigos na sede da ARESF, na Vila A. O espaço foi alugado pelo irmão, que é sócio da entidade. A decoração era alusiva ao Partido dos Trabalhadores (PT), legenda à qual o aniversariante era filiado e pela qual disputou o cargo de vice-prefeito em 2020.

Por volta das 23h, o policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, que se descrevia na rede social Twitter como “Conservador, Cristão, Bolsonaro Presidente” (e não era conhecido de Arruda), foi até o local e discutiu com os participantes do evento. O motivo, conforme os depoimentos de testemunhas, teria sido a decoração petista.

Minutos após deixar a sede da ARESF, Guaranho retornou e desceu do carro de arma em punho. Imagens das câmeras de segurança captaram o momento dos disparos que atingiram o guarda, que revidou e feriu o atirador. Arruda faleceu no Hospital Municipal Padre Germano Lauck na madrugada de domingo (10). Guaranho, que teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça, segue internado no Hospital Ministro Costa Cavalcanti.

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