Sem obter o número de dois terços dos votos a favor (dez votos), necessários para aprovar a cassação, a Câmara Municipal arquivou o processo contra o vereador Admilson Galhardo (Republicanos). A sessão de julgamento foi realizada na tarde desta terça-feira, 1.º, com pauta única, durando quase duas horas.
Primeiro foi lido o parecer final da Comissão Processante (CP) que apurou a denúncia e indicou a cassação de Galhardo sob as acusações de praticar “rachadinha” e manter “funcionário fantasma”. Depois, o advogado Eduardo Luis Sampaio Valle fez a defesa do vereador, sustentando falta de provas.
A mesa diretora encaminhou duas votações, uma para cada acusação, que tiveram o mesmo resultado. “Para explicar: esse tema requer dois terços para aprovação do relatório. Como foram 9 votos favoráveis e 6 contrários, determino o seu arquivamento”, concluiu o presidente da Câmara, Ney Patrício (PSD).
A CP era formada pelos vereadores Edivaldo Alcântara (PTB), Anice Gazzaoui (PL) e João Morales (União Brasil). A comissão foi instalada em agosto, após decisão em plenário que decidiu pela admissibilidade de representação formulada por Felipe Gabriel Menger Alves, ex-assessor de Galhardo, e pelo jornalista Edenilson Alves de Queiroz Júnior.
Vereador de oposição à administração do prefeito Chico Brasileiro (PSD), Galhardo sempre negou as imputações feitas contra ele, dizendo que a denúncia tinha motivação política e eleitoral. Recentemente, foi alvo de mandados de busca pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), em sua casa e no gabinete; a investigação segue.
Comissão Processante x Defesa
Para sustentar a indicação de cassação constante do relatório final, a Comissão Processante relatou ter ouvido denunciantes, vereadores, assessores e servidores do Legislativo. Afirmou ter apurado documentos apontados como provas e citou nota jornalística veiculada pelo MPPR sobre mandados de apreensão nos endereços de Galhardo.
O advogado responsável pela defesa do vereador, durante a sessão da Câmara, declarou que os acusadores não conseguiram provar o que denunciaram. Disse que saques feitos pelo ex-assessor não comprovam “rachadinha” e que a assistente de Galhardo apontada como “fantasma” realiza serviços nos bairros, fora da Casa de Leis.
Resultado das duas votações:
A favor do relatório que indicava cassação:
- Alex Meyer (PP)
- Anice Gazzaoui (PL)
- Edivaldo Alcântara (PTB)
- João Morales (União Brasil)
- Kalito Stoeckl (PSD)
- Ney Patrício (PSD)
- Rogério Quadro (PTB)
- Valdir de Souza Maninho (PSC)
- Yasmin Hachem (MDB)
Contra:
- Adnan El Sayed (PSD)
- Cabo Cassol (Podemos)
- Dr. Freitas (PSD)
- Galhardo (Republicanos)
- Jairo Cardoso (União Brasil)
- Protetora Carol (PP)
[…] A denúncia sobre a suposta “assessora fantasma” redundou em apuração na CP, que indicou a cassação do mandato parlamentar. Ao ser levado a votação, o relatório foi arquivado por ter recebido 9 votos a favor e 6 contra, sem atingir o mínimo de dois terços necessários para a perda do cargo. […]