Sob custódia, Jorge José da Rocha Guaranho foi levado ao Hospital Ministro Costa Cavalcanti; Justiça decretou sua prisão preventiva.
Internado no Hospital Municipal Padre Germano Lauck, o policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, que matou a tiros o guarda municipal Marcelo Arruda no final da noite de sábado (9), durante festa com decoração alusiva ao Partido dos Trabalhadores (PT), foi transferido para outro hospital da cidade.
O encaminhamento ao Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC), na Vila A, foi confirmado pela instituição no início da noite de ontem (11). As informações sobre o estado de saúde de Guaranho, no entanto, são pouco conhecidas, uma vez que a divulgação de boletins oficiais não teria sido autorizada pela família.
O policial penal federal, que segue sob custódia da Polícia Militar, teve sua prisão preventiva decretada pelo Judiciário. As investigações estão a cargo da Polícia Civil, que determinou a criação de uma força-tarefa, comandada pela delegada Camila Cecconello. Iane Cardoso, delegada que iniciou as apurações, será mantida como parte da equipe.
Já o Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), comunicou que irá acompanhar o processo investigativo. Dirigentes do PT (Marcelo Arruda era tesoureiro da legenda em Foz do Iguaçu) anunciaram que pretendem pedir a federalização dos trabalhos.
Na noite de sábado, o guarda municipal celebrava, com familiares e amigos, seu aniversário de 50 anos. A festa ocorria na sede da Associação Recreativa Esportiva Segurança Física Itaipu (ARESFI), situada em local com pouca circulação de veículos e pessoas. O tema da decoração era o PT e o ex-presidente Lula.
Imagens das câmeras de segurança mostram que, às 23h40, Guaranho chegou de carro ao estacionamento e discutiu com os presentes. Segundo os relatos, uma mulher e um bebê também estavam no veículo. O motivo da desavença, conforme o boletim de ocorrência confeccionado após o crime, teria sido a temática petista do evento.
Às 23h51 (horário que aparece no relógio da câmera), Guaranho voltou sozinho e desceu do carro, já de arma em punho. A esposa de Marcelo Arruda, que é policial civil, mostrou o distintivo para tentar contê-lo. O homem efetuou dois disparos, que acertaram Marcelo no interior do salão. Mesmo ferido, o guarda municipal revidou e atingiu o atirador.
Marcelo Arruda faleceu na madrugada de domingo (10) e foi sepultado na tarde de segunda-feira, no Cemitério do Jardim São Paulo, em despedida marcada pela emoção. Ele deixou a esposa e quatro filhos, entre eles um bebê de apenas 40 dias.
Jair Bolsonaro
Questionado por jornalistas na entrada do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro disse, nessa segunda, ser “contra qualquer ato de violência”. O presidente reclamou da vinculação de sua imagem com o assassinato do tesoureiro petista em Foz do Iguaçu.
“Agora, o que eu tenho a ver com esse episódio?”, questionou Bolsonaro, citado pelo portal G1. “Eles querem me criminalizar o tempo todo. Tentando bater na mesma tecla, como se eu fosse responsável pelo ódio no Brasil. Pelo amor de Deus. Só falta daqui a pouco ter briga de torcida e me criminalizar também.”
As associações a Bolsonaro decorrem dos relatos de testemunhas, registrados no boletim de ocorrência, de que Jorge José da Rocha Guaranho teria gritado frases de apoio ao presidente antes de atirar contra Arruda.
Em seu perfil na rede social Twitter, Guaranho descreve-se como: “Conservador, Cristão, Bolsonaro Presidente, armas = defesa”. Na mesma rede, o policial penal federal publicou, em junho de 2021, foto com o deputado Eduardo Bolsonaro, em circunstância que estaria ligada a reivindicações da categoria.
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