Fábio Campana faleceu no sábado, 29 de maio de 2021, em Curitiba, às 19:30. Foi escritor, poeta, jornalista, publicitário e editor.
Fábio Campana nasceu em 1947 em Foz do Iguaçu. Viveu em Curitiba desde 1960.
Publicou Restos Mortais, contos (1978); No Campo do Inimigo, contos (1981); Paraíso em Chamas, poesia (1994); O Guardador de Fantasmas, romance (1996); Todo o Sangue (2004); O último dia de Cabeza de Vaca (2005); Ai (2007); A Árvores de Isaías (2011); O Ventre, o Vaso, o Claustro (2017); e As Coisas Simples (2019).
Foi diretor da editora Travessa dos Editores, onde também dirigiu as revistas Et Cetera e Ideias.
No jornalismo, além de editor de seu blog por 15 anos, foi editor da revista Atenção e do jornal Correio de Notícias. Atuou como colunista político dos jornais Gazeta do Povo, O Estado do Paraná, Tribuna do Paraná, Gazeta do Paraná e Tribuna do Norte. Foi comentarista de política das rádios BandNews, Banda B e CBN no Paraná. Como repórter, foi autor de matérias marcantes, como “Sodomia, suor e látego”, publicada na extinta Revista Panorama, em 1979. A reportagem denunciava as condições do sistema prisional juvenil do Paraná.
Foi secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Curitiba e secretário de Estado da Comunicação Social em três administrações do Governo Estadual do Paraná.
Como publicitário, trabalhou nas agências Equipe e Exclam. No campo do marketing político, atuou em diversas campanhas para governador do Paraná e em inúmeras campanhas para prefeituras, além de ter dirigido a comunicação das campanhas presidenciais que elegeram dois presidentes do Paraguai: as de Juan Carlos Wasmosy (1993) e de Raúl Cubas Grau (1998).
Foi filiado ao Partido Comunista em 1960 e esteve filiado ao PCdoB até 1981, quando deixou o partido. Foi preso político em 1966 e em 1970.
Casado com a psicóloga e professora Denise de Camargo desde 1975, Fábio Campana deixa também dois filhos e um neto.
Uma homenagem ao amigo
O jornalista Aluízio Ferreira Palmar prestou uma homenagem a Fabio Campana, com quem compartilhou fatos históricos de Foz do Iguaçu, do Paraná e do Brasil. Em seu perfil no Facebook, Palmar revelou lembranças comuns com o jornalista iguaçuense que ganhou o Paraná.
Foi no verão de 1967, que conheci o Fabio Campana. Eu saí do Estado do Rio pra organizar a luta guerrilheira contra a ditadura militar na região Oeste do Paraná e o meu contato era o “Zapata”, nome pelo qual o Fábio era conhecido na luta.
Naquela ocasião, Fabio Campana, veio A Foz do Iguaçu, passar uma temporada com a família. Acho que ele estava sendo ameaçado em Curitiba, por um grupo de extrema direita conhecido por CCC – Comando de Caça aos Comunistas.
Aqui, naquele verão de 1967, encontrei um Fábio intelectual, amante de boa música e de teatro. Mais tarde, em 1969, vieram as nossas prisões e só fui reencontrá-lo dez anos depois .
Amigo, generoso, de coração imenso. Em 1979, assim que voltei do exílio, ele me acolheu na revista Atenção, e logo depois no Correio de Notícias. Daí pra frente foram várias as parcerias.
Hoje, ao receber a informação que Fábio Campana faleceu, vêm a minha memória nossos 57 anos de amizade, e fico sentido de não poder, nesse momento, abraçar a Denise, a Isabel, Rubens, Silvio e Carlos Roberto.
Por Aluizío Ferreira Palmar
Comentários estão fechados.