Morreu nesta segunda-feira, 22, o bispo emérito de Foz do Iguaçu, Dom Laurindo Guizzardi. O religioso, de 86 anos, estava hospitalizado para o tratamento de um câncer diagnosticado no fim do ano passado e teve o quadro agravado após uma disfunção renal.
Natural do pequeno município de Nova Bassano (RS), Dom Laurindo foi ordenado padre em 1959. Era religioso da Congregação dos Missionários de São Carlos, também conhecidos como Scalabrinianos ou Carlistas. Em 1982, tornou-se bispo da Diocese de Bagé (RS) e escolheu como lema “Omnia propter electos” (Tudo pelos eleitos). Nesse primeiro período como bispo, também foi consultor da Pontifícia Comissão para a Pastoral das Migrações e, a partir de 1995, atuou como membro do Serviço Pastoral dos Migrantes e encarregado da Pastoral dos Brasileiros no Exterior.
Em dezembro de 2001, recebeu o convite para ser bispo da Diocese de Foz do Iguaçu. Em 1º de março de 2002, desembarcou na Terra das Cataratas para começar a nova missão, que desempenhou com muita dedicação dando continuidade ao trabalho de Dom Olívio Aurélio Fazza.
Em 2010, aos 75 anos, o papa Bento XVI aceitou seu pedido de renúncia, por limite de idade. Desde então, passou ser bispo emérito de Foz do Iguaçu. Como parte de seu legado está a criação de cinco paróquias (Bom Jesus do Migrante, Nossa Senhora de Fátima, Menino Jesus, Nossa Senhora da Saúde, em Foz do Iguaçu, e Nossa Senhora de Fátima, em Serranópolis) e o início das obras para a construção da Catedral Nossa Senhora de Guadalupe, na Vila A, que teve sua pedra fundamental colocada e abençoada em 2003.
Mesmo após a aposentadoria, Dom Laurindo preferiu continuar morando em Foz do Iguaçu e celebrando algumas missas especiais na cidade que tão bem o acolheu. A Prefeitura de Foz do Iguaçu declarou luto oficial de três dias pelo falecimento de Dom Laurindo. Nesse período, a bandeira de Foz do Iguaçu, em frente à sede da prefeitura, permanecerá em meio mastro.
Nota da CNBB
Nesta segunda-feira, 22, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu uma nota de pesar pelo falecimento de Dom Laurindo Guizzardi, endereçada ao atual bispo da Diocese de Foz do Iguaçu, dom Sérgio de Deus Borges.
Um dos trechos recorda os quatro verbos (acolher, proteger, promover e integrar) indicados pelo Papa Francisco para a resposta ao desafio colocado pelas migrações contemporâneas a fim de ressaltar o legado pastoral que Dom Laurindo nos deixa. “Se pusermos em prática estes verbos, contribuímos para construir a cidade de Deus e do homem, promovemos o desenvolvimento humano integral de todas as pessoas e ajudamos também a comunidade mundial a ficar mais próxima de alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável que se propôs e que, caso contrário, dificilmente serão atingíveis”.
A carta é assinada por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (MG) e Presidente da CNBB; Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS) e primeiro vice-presidente da CNBB; Dom Mário Antônio da Silva, bispo de Roraima (RR) e segundo vice-Presidente da CNBB; e Dom Joel Portella Amado Bispo, auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB.
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