A banca do seu Antônio nas ruas de Foz: ‘Quero voltar a sorrir’

Enquanto vende seus produtos, o homem de 60 anos sonha em retornar para o sítio. “Roça para mim é a porta da felicidade”, afirma.

Enquanto vende seus produtos, o homem de 60 anos sonha em retornar para o sítio. “Roça para mim é a porta da felicidade”, afirma. Assista ao vídeo. 

Há rostos que não cabem no complexo sistema da burocracia estatal. Mas há vida além da invisibilidade e frieza dos dados oficiais. Há os que ainda ousam sonhar, mesmo diante das adversidades e de um mundo em que as relações humanas se tornam cada vez mais petrificadas.

Todos os dias, o seu Antônio Augusto da Trindade monta a sua pequena banca na esquina das ruas Marechal Floriano Peixoto e Bartolomeu de Gusmão, no centro de Foz do Iguaçu. É o seu ganha-pão. A quem passa e a quem chega, tem para oferecer balas, cigarros e isqueiros.

À frente da mesa com os produtos para a venda, uma placa convida: “Ajude um guerreiro de 60 anos. Quero voltar a sorrir… Realizar meu sonho”. Seu objetivo, revela, é ser feliz na roça, cuidando ou trabalhando em uma propriedade rural.

“Queria ver se arrumava uma chacrinha para poder criar uma galinha, ter uma horta.”

“Queria ver se arrumava uma chacrinha para poder criar uma galinha, ter uma horta. Porque eu ainda aguento fazer isso”, almeja. “Eu sonho em ter um lugarzinho para parar no sítio. Porque a roça para mim é a porta da felicidade”, projeta.

Nascido em Martinópolis (SP), ele morou por um tempo em Presidente Prudente (SP). Agora, pretende permanecer na fronteira. “Gostei de Foz do Iguaçu. Tô me dando bem aqui vendendo minhas coisinhas… E assim vai indo”, conta Antônio Augusto.

Sem perder a esperança, ele acredita que muitas portas serão abertas para a realização de seus sonhos. Até lá, balas, cigarros e isqueiros para a freguesia. “Quem está me ajudando é o povo”, registra.

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