Embarcações que faziam a travessia de brasileiros e argentinos pelo Rio Iguaçu foram substituídas pela Ponte Tancredo Neves, inaugurada em 1985, e uma nova dinâmica na relação dos dois países teve início. Um ano antes, o jornal Nosso Tempo foi ao canteiro de obras e recontou parte do esforço fronteiriço para tirar a via do papel.
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“A obra consumirá 34 milhões de dólares e unirá Brasil e Argentina”, destacou a edição n.º 121, de 1.º a 8 de junho de 1984. E reuniu dados da edificação, como a extensão de 480 metros e largura, com um vão-livre de 220 metros. Na ocasião, lideranças iguaçuenses faziam visita técnica e colhiam informações no local do engenheiro responsável.
Naquela época, similaridade com o tempo presente, os projetos estruturantes para a região trinacional não “caiam do céu”. Para ver tornar-se realidade a Tancredo Neves, ou Ponte da Fraternidade, houve esforço e mobilização de lideranças de Foz do Iguaçu e de Puerto Iguazú, para sensibilizar, termo respeitoso, os governos federais dos dois países.
O Nosso Tempo realçou o papel da Comissão Mista, que contribuiu para impulsionar as negociações entre os governos do Brasil e da Argentina. Antes de bater o martelo para a construção, as relações políticas entre as duas nações vizinhas não eram das melhores, e as peças do xadrez diplomático se moviam com enorme lentidão.
“A comissão, em nível local, enviava telex, fazia viagens, enfim, promovia uma verdadeira agitação, mobilizando todo mundo para entrar na luta e acelerar a assinatura do acordo e, posteriormente, a construção da obra”, narrou o impresso iguaçuense.
“Nosso objetivo – lembra Sérgio Lobato – era sensibilizar as autoridades dos dois países para a importância e a necessidade”, prosseguiu a reportagem do Nosso Tempo. A Ponte Tancredo Neves, expôs o integrante da comissão em prol da obra, “sem dúvida alguma vai unir interesses comerciais e de amizades”, projetou Lobato.
Sonho concretizado
A Ponte Tancredo Neves veio a ser inaugurada em 29 de novembro de 1985, tendo sido construída sobre o Rio Iguaçu a 2,9 quilômetros de sua foz, onde as águas se encontram com o Rio Paraná, no Marco das Três Fronteiras. Pouco depois, as autoridades brasileiras fecharam o ponto fronteiriço que permitia a travessia de embarcações para o comércio e o turismo entre o Porto Meira, em Foz do Iguaçu, e o lado argentino.
Leia a reportagem na edição original do Nosso Tempo.
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