Usina São João, uma hidrelétrica dentro do Parque Nacional do Iguaçu

Ação para a revitalização da geradora em Foz do Iguaçu foi notícia em 1989, no jornal Nosso Tempo.


Se era de conhecimento restrito na época, nos dias de hoje pouco mudou. Foz do Iguaçu conta com uma hidrelétrica dentro do Parque Nacional do Iguaçu, a Usina São João, há muito desativada, em todos os sentidos da palavra.

Em 1989, houve um esforço para a revitalização da geradora de energia elétrica, que muitos pioneiros chamavam de “Usina Velha”, por técnicos da Itaipu e da Copel. O jornal Nosso Tempo deu a notícia na edição nº 379, em duas páginas bem ilustradas.

A reportagem chama a atenção para a falta de informações e registros históricos. Isso há quase quatro décadas. A realidade não é muito melhor atualmente, já que as políticas de proteção e promoção do patrimônio cultural da cidade ainda não são suficientes.

A reportagem cita que a Usina São João começou a ser construída em 1936, foi concluída em 1942 e funcionou até 1983. O empreendimento no Rio Iguaçu, que corta o Parque, fica a cerca de 200 metros do Rio Iguaçu, o das Cataratas.

Usina São João

“Envolvida pela mata exuberante – espessa e enfeitada por uma sequência de cascatas do rio São João – a casa de força completa o cenário com sua estrutura de pedra e os alicerces plantados na margem esquerda do córrego”, elogiava o Nosso Tempo. E completava:

“Outro quadro de beleza é dado pelo lago represado por uma barragem de pedra erguida a um quilômetro e meio da usina, cercada por densa vegetação”, enfatizava o periódico. Na época, dizia-se que as imediações da usina eram habitadas por um solitário jacaré.

A matéria diz que a Usina São João começou a ser erguida três anos antes de o presidente Getúlio Vargas (1882-1954) criar o Parque Nacional do Iguaçu, em 1939. “Funcionou, às vezes tocada a duras penas, até 1983, pouco antes da enchente que, naquele ano, fez o rio São João inundar a casa de força, provocando sérios danos às máquinas e ao próprio prédio.”

Energia para o Parque

O Nosso Tempo lembrou que a “energia gerada pela usina atendia às necessidades do Parque e ainda sobrava, por isso passou a abastecer também a cidade de Foz do Iguaçu”. O município usava, naquele período, “eletricidade gerada em máquinas movidas a óleo diesel”, realçou o jornal.

A assistência era feita por um técnico de Irati (PR), que periodicamente era chamado para realizar serviços de manutenção e reparos nos geradores. “Depois que foi desativada, a Usina Velha de Foz do Iguaçu foi também esquecida e, aos poucos, depredada”, denunciava o impresso.

“Tudo o que havia de cobre nas máquinas e condutores de energia foi saqueado. Saqueados ou quebrados foram também diversos instrumentos e peças”, mencionou. O Nosso Tempo contextualizava a importância de Foz do Iguaçu tratar melhor a memória e a história.

Leia a reportagem na edição original do Nosso Tempo.

*Datas e fatos correspondem unicamente às informações veiculadas na reportagem do jornal.

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