Com obra sem começar, Jardim São Luiz ainda sofre com alagamentos

Gestão anterior colocou uma placa da terceira fase em 2024, mas não iniciou o serviço de drenagem; moradores enfrentam transtornos e prejuízos em dias de chuva.

Bastam chuvas um pouco mais fortes ou concentradas para tirar a paz dos moradores da região do Jardim São Luiz, em Foz do Iguaçu. Prometidas, usadas em propagandas oficiais e difundidas pelos quatro cantos da cidade, as obras de drenagem para dar fim aos alagamentos ainda não resolveram o problema. Isso porque uma delas nem saiu do papel.

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Assim, a comunidade da região segue sofrendo com os transtornos e prejuízos, em que as galerias pluviais não dão conta, as águas das chuvas inundam as ruas e adentram moradias e estabelecimentos, principalmente nas proximidades do Supermercado do Polaco e do Lago da Conquista. Moradores entraram em contato com o H2FOZ para relatar a situação que perdura.

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As áreas mais afetadas costumam ser as que ficam nas ruas Humberto José dos Santos, Bélgica, Noruega, Grécia e Egito, no entorno do serviço que jamais ocorreu. A proprietária de uma casa alugada nessa região contou que seu imóvel foi alagado na última chuva. A direção da associação comunitária fez as contas: são quase oito anos do início das intervenções, ainda sem conclusão.

A placa instalada no lago da comunidade já é representativa para demonstrar o descaso e a inoperância. A gestão anterior, do ex-prefeito Chico Brasileiro (PSD), era para ter iniciado a terceira fase das obras de drenagem no São Luiz em setembro de 2024, para ser entregue em um ano, ao custo de R$ 4,2 milhões. A única realização foi a colocação da placa.

Herança da gestão anterior, placa anuncia serviço que não saiu do papel – foto Marcos Labanca/H2FOZ

A Secretaria Municipal de Obras relatou à reportagem que a empresa responsável não deu início ao trabalho alegando problemas contratuais. E ficou assim, até agora: o bairro sem o término da drenagem e a população do Jardim São Luiz, Três Pinheiros e parte do Jardim São Paulo à mercê da ineficiência.

A pasta também informou que, por isso, “foram emitidas notificações e solicitada a abertura de um processo administrativo”, além de nenhum pagamento ter sido feito. A Secretaria Municipal de Administração conduz o procedimento, devido à sua competência legal para análise e aplicação de eventuais sanções.

Penalização da empresa

Uma nova licitação deverá ser realizada, o que depende do setor de planejamento. “Portanto, não é possível que a Secretaria de Obras defina um prazo, já que foge à sua esfera de atuação, a qual se restringe à fiscalização e medição das obras”, respondeu ao H2FOZ o órgão de obras do município.

O contrato com a empresa que não iniciou o trabalho está no setor de penalização, onde serão aplicadas sanções por motivos administrativos. Só depois disso a obra será novamente licitada pela prefeitura, cabendo à Secretaria de Obras acompanhar a sua execução para que seja seguido o projeto elaborado, o que inclui serviços e cronograma.

Jardim São Luiz e os alagamentos

A reportagem buscou uma resposta técnica para o infortúnio da comunidade. A Secretaria de Obras afirmou que os alagamentos na região decorrem de uma infraestrutura de drenagem insuficiente e/ou deficiente em determinadas áreas, para absorver ou conduzir o volume de água gerado por chuvas mais intensas.

Para solucionar o problema definitivamente, o plano previa três etapas, mas a última não aconteceu. “As duas primeiras etapas visam captar a vazão de contribuição dessa microbacia. A terceira etapa tem como objetivo aprimorar o sistema de microdrenagem, implementando soluções nas vias que não dispõem de drenagem adequada e nas áreas deficitárias”, explicou a secretaria.

Ruas, casas e comércios: os transtornos permanecem frequentes – fotos: reprodução/vídeo/moradores

Para a população do Jardim São Luiz, drenagem limitada é sinônimo de desassossego. Residindo bem em frente ao Lago da Conquista, Pâmela Cristina, 27, contou um pouco como é viver em uma região que alaga constantemente. E denunciou as promessas não cumpridas: “Botaram uma placa de obra que é só de enfeite.”

Ainda segundo Pâmela, “a gente queria melhorias, mas quando chove é sempre a mesma coisa, as bocas de lobos nas ruas não resolvem”, expôs. “É um sofrimento para sair de casa, para levar as crianças à escola. Se conseguimos andar pelas ruas, chegamos com os calçados molhados”, revelou a moradora, renovando o pedido de providências.

Reunião com moradores

No começo de abril, a Secretaria de Obras se reuniu com a comunidade e informou que o contrato da terceira etapa está na fase de conclusão do processo administrativo, para posterior licitação e início dos trabalhos. Ainda não há uma data definida para a nova concorrência nem para começar o serviço, portanto.

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