‘Corrida por fora’: passageiro denuncia prática de motoristas de app no aeroporto em Foz

Valor da viagem sem passar pela plataforma é mais vantajoso ao condutor. Afinal, quem deve fiscalizar?

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Valor da viagem sem passar pela plataforma é mais vantajoso ao condutor. Afinal, quem deve fiscalizar?

Morador de Foz do Iguaçu buscou o H2FOZ para denunciar prática irregular de motoristas de transporte por aplicativo que oferecem corridas no aeroporto “por fora”, sem o acionamento das plataformas. Usuário frequente do terminal, ele fez o seu relato sob a condição de anonimato.

O passageiro contou que, ao chegar ao aeroporto, passou a fazer chamadas para motoristas por meio de um aplicativo, todas sendo canceladas. Segundo ele, os motoristas interrompiam a solicitação ao verificarem o trajeto e o preço a ser pago.

O morador iguaçuense narrou que, enquanto acionava o app e tinha os pedidos de corrida suspensos, era abordado por motoristas para fazer a corrida. “A área de desembarque do aeroporto está cheia de ‘uber’ [profissionais de transporte por aplicativo] que saem perguntando se queremos o serviço”, relatou.

“Um deles chegou a me perguntar se eu era de Foz do Iguaçu. Disse que sim, e ele falou: ‘Então você sabe como funciona’. Respondi que não e que iria pedir o carro pelo aplicativo, como dever ser, inclusive por segurança”, detalhou o leitor do H2FOZ, que decidiu usar táxi para chegar à sua casa.

O preço do deslocamento era de aproximadamente R$ 18. “É um valor que eles consideram barato. Por isso, preferem fazer a corrida por fora, ganhando mais. Mas essa situação irregular também afeta a imagem do turista que vem a Foz do Iguaçu e fica com uma má impressão já na chegada”, avaliou.

O que diz o Foztrans

Por meio da assessoria da prefeitura, o Instituto de Transportes e Trânsito de Foz do Iguaçu (Foztrans) afirmou que não é competência da autarquia a fiscalização no aeroporto. Segundo o instituto, nessas condições a orientação ao passageiro é “denunciar direto na plataforma dos aplicativos”.

O que diz a Infraero

A Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), responsável pelas operações no Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu/Cataratas, declarou que, até o momento, não recebeu registros formais de reclamações sobre essa prática. Frisou que o “órgão competente pela ação de fiscalização da atividade de transporte por aplicativo no âmbito da cidade de Foz do Iguaçu é o Foztrans”.

A Infraero apontou que tem feito as seguintes ações educativas e preventivas:

a) implantação de cartazes orientando os passageiros (português/inglês/espanhol) sobre as modalidades de transporte regulamentadas;
b) ação permanente de agente de segurança (vigilantes) nas áreas de embarque e desembarque do aeroporto;
c) acionamento diário da PRF para comparecer ao aeroporto para realizar a ação de fiscalização de trânsito;
d) intensificação das rondas do vigilante (patrulha motorizada) em todas as vias entre o aeroporto e a BR-469; e
e) emissão de ofícios à PRF e Foztrans para resolver as questões de competência de fiscalização.

O que diz a associação dos motoristas

Conforme a Associação de Motoristas de Transporte Remunerado Privado Individual de Passageiros (Amafi), não é possível generalizar situações. De acordo com ela, seus associados são orientados a realizar as corridas chamadas pelas plataformas. Citou que os problemas no aeroporto são antigos, com muitas demandas e sugestões da categoria já feitas ao poder público, como ações educativas, a exemplo de outras cidades, e melhores condições para o trabalho no local.

A recomendação ao passageiro é a de que ele não aceite, em nenhuma hipótese, a oferta de corrida fora do acionamento pelo aplicativo e que utilize diferentes plataformas. Isso pode auxiliar o usuário quanto a cancelamentos, principalmente em locais com várias chamadas ao mesmo tempo.

“Se existem pessoas oferecendo corrida por fora é porque tem gente que aceita. Nós já apresentamos diversas vezes a proposta ao poder público de se trabalhar com conscientização e informação para que o passageiro utilize viagens somente por dentro do aplicativo”, expôs o presidente da Amafi, Geronimo Centurion.

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