
Nas ruas de Foz do Iguaçu, existem diversas artes em murais e paredes. Seja em prédios públicos ou privados, elas chamam atenção de quem passa perto. A equipe do portal H2FOZ entrou em contato com dois artistas iguaçuenses que já coloriram a cidade: Cleise Vidal e Roger Silva.
Cleise Vidal
Cleise começou com as artes desde criança e encontrou no design gráfico uma forma de tornar a habilidade profissão, mas só passou a experimentar o trabalho com telas quando morou na Indonésia. “Eu não conseguia me comunicar direito com ninguém, então achei essa forma de me expressar”, conta.
Os murais vieram bem depois, quando os quadros ficaram pequenos demais. Hoje em dia, tem obras na Avenida das Cataratas, em uma UPA e, o motivo de maior orgulho, no Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM).
A natureza e a figura feminina são temas bastante presentes nas artes dela. A personagem já apareceu tantas vezes que “eu quase chego a conversar com ela”, brinca. Para a artista, esses temas são uma maneira de mostrar as dimensões do ser humano tentando encontrar-se no mundo.

Vidal revela, também, que já passou por algumas dificuldades na carreira. Colaborou com uma artista mineira para uma pintura em mural, mas depois as duas tiveram as assinaturas apagadas. “Quando falamos sobre o apagamento de mulheres, esse é um exemplo”, explica.
Cleise é uma das criadoras do projeto O Foguete, um informativo sobre arte e cultura locais. Por envolver-se bastante na área, não deixa de ressaltar a importância das políticas culturais, tanto para incentivar quanto para “proteger quem está aqui e trabalhando com isso. Cada um tem a sua forma de fazer arte e as suas necessidades”, finaliza.

Roger Silva
Com pinturas que colorem a Guarda Mirim, Roger Silva é artista visual e começou a incorporar técnicas de grafite nas pinturas. “Eu estava fazendo um mural com pincel, mas estava demorando muito”, relata.
O processo foi bastante natural, desenhando desde criança, depois indo para as telas e chegando até os murais. A carreira iniciou aos 20 anos, quando percebeu que a arte poderia virar um trabalho. “Tive esse estalo quando trabalhei em uma editora de revista”, menciona.
Ao longo dos anos, o grafite começou a popularizar-se, tanto que é um estilo bem requisitado. Antes, havia um certo estigma, porém “hoje em dia, todo muito quer um, em casa, em espaços privados”, cita. Trabalhos recentes incluem os murais do restaurante Seldeestrela e um no Paraguai, de Solano López.

Uma bandeira que Roger levanta é a de valorizar os trabalhos locais. Ele já recebeu diversos prêmios, levando o nome da cidade para fora. “Acho que tinha que valorizar a arte daqui, com editais, a galera se inteirar mais”, ressalta.
“Eu bebo de várias fontes, uso várias cores, quanto mais eu faço, mais eu me descubro. Além disso, tem o traço, cada traço é único, não adianta”, frisa.
