Desde a infância Patrícia Brixner mantém um interesse especial pelas artes. Quando criança, ficava horas contemplando a paisagem e depois transferia as impressões para a tela ou para uma folha de papel. A primeira pintura em tela foi aos 12 anos de idade. Desde aquela época, não faltou apoio da família, sempre foi a maior incentivadora do talento da pequena artista.
Na adolescência foi aprimorando o traço, imprimindo novos cenários, contrastes e emoções. Mas a vida adulta, devido aos compromissos profissionais, acabou deixando a paixão pelas telas em segundo plano. Começou a trabalhar no Turismo, ajudando a definir destinos e roteiros de muitas famílias em viagens dentro e fora do país.
O que antes era prioridade, passou a ser realizado apenas nas horas vagas e a cada obra concluída, surgiam pedidos de amigos e parentes interessados em comprá-las. Mas, como tantos outros artistas, não conseguia desapegar e vendê-las, mas muitas vezes presenteou os amigos com as telas.
Mudanças – Com a chegada da pandemia, mudaram os hábitos, conceitos e inúmeros profissionais passaram a repensar a própria atividade no mercado de trabalho. Com a Patrícia não foi diferente. O isolamento social tirou do fundo do armário tintas, pincéis e o desejo de se expressar nas antigas telas. Foi então que voltou à cena a artista plástica Patrícia Brixner.
A então consultora de viagens que deixou o Turismo e encarou o desafio de viver exclusivamente da arte, da pintura. E como tudo na vida dessa artista é feito com muita intensidade, ela não perdeu tempo.
A carreira – Patrícia já definiu um espaço que em breve vai abrigar um atelier onde os quadros dela e de outros artistas de Foz e região estarão à venda. “Teremos um espaço para mostrar os quadros, fotos, gravuras, e técnicas que são usadas. Agora estou exercitando o desapego (risos) ”.
“Eu quero ajudar as pessoas escolher os quadros que transferem algum sentimento e boas lembranças, dando uma consultoria personalizada, orientando o que ficaria melhor nos ambientes. Uma parede vazia é um desperdício”, comentou.
Influência – Patrícia Brixner nasceu em Foz do Iguaçu em setembro de 1989, numa família de pai motoristas e mão dona de casa. Ela é a terceira filha entre quatro irmãos. A veia artística herdou da mãe, que sempre fez artesanato para decorar a casa.
Casada, a empreendedora tem um filho de 8 anos. Ela foi influenciada por artistas como Van Gogh, Monet, Renoir e Tarsila do Amaral. Buscava registar paisagens rurais e campestres.
“ Lembro que na época eu produzi uma série intitulada ‘paisagens singelas’, com vários quadros retratando a natureza e casas de campo cheio de cores vivas, mas hoje concentro o meu interesse em novas técnicas, principalmente em pinturas abstratas, onde meu processo criativo é explorado e encontra liberdade e possibilidades”, explicou.
Expressionistas abstratos como Jackson Pollock e Mark Rothko, a aplicação de cores puras, sem mistura, de Henri Matisse e as formas geométricas da brasileira Beatriz Milhazes também compõem parte do estilo da artista iguaçuense.
“Gosto muito da tinta a óleo para pintura de pessoas e paisagem. Nas telas abstratas a minha preferência é para tinta acrílica, aquarela, tinta a álcool e o nanquim, por serem mais fluídas e permitem mais movimento”, comentou Brixner.
Novamente com o apoio da família, Patrícia está animada com o novo empreendimento e em breve promete agitar a cena cultural da cidade. “A pintura é o que faz os meus olhos brilharem. E uma frase que dizem ser de Van Gogh tem tudo a ver com o que penso sobre arte: É bom amar muitas coisas, pois aí está a verdadeira força, quem ama muito, realiza muito e pode realizar sempre mais, e o que é feito no amor é bem feito”
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