As mudanças que estão em marcha

Teremos mudanças muito significativas em Ciudad del Este, as quais já podemos vislumbrar.

Prof. José Afonso de Oliveira   – OPINIÃO

Em maio último, foram passados os 50 anos da assinatura do Tratado de Itaipu – que, entre outras coisas, afirma que o excedente de energia do Paraguai será vendido, obrigatoriamente, ao Brasil como pagamento da dívida pela construção da hidrelétrica.

Isso significa que, a partir de maio, o excedente de energia poderá ser vendido a quem o Paraguai desejar, ao preço de mercado internacional em dólar.

Com essa questão, o Paraguai se transforma no maior fornecedor internacional de energia renovável do planeta. Isso vai, com absoluta certeza, significar que o governo do nosso país vizinho atrairá investidores internacionais oferecendo energia abaixo ou mesmo a custo zero, por prazos determinados.

Nesse sentido, teremos mudanças muito significativas em Ciudad del Este, as quais já podemos vislumbrar. Daquele comércio de produtos de baixa ou nenhuma qualidade para perfumes, eletrônicos, bebidas, todos eles produtos de qualidade internacional.

Isso significa que o comércio em Ciudad del Este estará colocado dentro da ótica da globalização como uma unidade muito significativa, agora tendo um suporte muito maior com a constituição de empresas de alta tecnologia que vão produzir bens para o mercado internacional globalizado.

Dispõe o Paraguai para isso de um moderno aeroporto internacional, de um cassino que sofre transformações constantes, de uma gastronomia globalizada, enfim, de um acesso internacional que vai trazer grandes e bons investimentos para os setores produtivos.

Esse fator deve pressionar os países vizinhos, Argentina e Brasil, a também investirem visando a transformar Puerto Iguazú, na Argentina, e Foz do Iguaçu, no Brasil, em polos de comércio globalizado, já que também dispõem de aeroportos internacionais e estão ligadas por pontes rodoviárias sobre os rios Paraná e Iguaçu.

É assim que, com grande rapidez e profundidade, novas realidades estão sendo construídas, o que vai possibilitar grandes pressões nessas cidades fronteiriças, sendo que em Foz do Iguaçu, a principal delas, todo um arcabouço científico/tecnológico está já construído com as universidades, públicas e privadas, e com o Parque Tecnológico Itaipu (PTI).

Tudo isso indicando o caminho a ser traçado nos próximos anos, que deve contemplar também a redução ou mesmo a eliminação das desigualdades sociais existentes.

José Afonso de Oliveira é sociólogo e professor universitário em Foz do Iguaçu.


Este texto é de responsabilidade do autor/da autora e não reflete necessariamente a opinião do H2FOZ.

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3 Comentários
  1. LUIZ YOSHIO SUZUKE Diz

    Ótima matéria. Desafios gigantes para Foz do Iguaçu e Perto Iguazú acompanhar nos anos vindouros o desenvolvimento do Paraguai.h

  2. Diogo Diz

    Muito provavelmente o paraguay venha a vender a energia mesmo, uma vez que eles não tem infraestrutura e mão de obra qualificada necessárias para aproveitar. Vender energia elétrica é o pior que se pode fazer em termos de progresso mas é o mais fácil.

  3. Walter Diz

    Porquê não. O povo sul-americana é capaz de grandes feitos no ramo empresarial. Temos tecnologia e um povo criativo e empreendedor.

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