Paraguaios protestam contra o preço de combustíveis

Na Argentina, pela segunda vez no ano, combustíveis têm reajuste.

Na Argentina, pela segunda vez no ano, combustíveis têm reajuste.

Caminhoneiros, taxistas e motoristas de aplicativos do Paraguai, entre outros profissionais do volante, iniciaram logo nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira, 14, uma jornada de protestos contra o preço dos combustíveis.

São cerca de 40 mobilizações em diferentes pontos do país, de acordo com o jornal Última Hora.

Em Ciudad del Este, as manifestações já ocorrem entre as rotatórias Oásis e Monalisa, mas nada está previsto em relação à Ponte da Amizade, onde o movimento continua normal.

O protesto “é a única forma de chamar a atenção das autoridades, e se não acontecer nada, vamos fazer de forma indefinida”, disse o líder dos mototaxistas de Ciudad del Este, Olmedo Alemán, em entrevista ao jornal La Clave.

E acrescentou: “Todos estamos numa só voz: taxistas, mototaxistas, transportadores, ‘paseros”, particulares. Todos dizemos que isto já é insustentável”.

Segundo Alemán, um ganho de 100 mil guaranis por dia (cerca de R$ 72, pelo câmbio oficial), “já não significa nada, porque mais de 50% vão para os combustíveis. E os preços da cesta básica também subiram”. Além disso, “o movimento também está reduzido”.

Tanto em Ciudad del Este como em outros pontos do Paraguai, já haviam ocorrido protestos contra os aumentos dos combustíveis, ao longo da semana passada.

Protestos em Ciudd del Este não afetam Ponte da Amizade. Captura de vídeo da loja Madrid Center

PETROPAR

A sede da Petropar em Villa Elisa, cidade a 10 km de Assunção, foi bloqueada por manifestantes, entre os quais os motoristas de aplicativos e de delivery. A Petropar é estatal e é a maior importadora e distribuidora de combustíveis do Paraguai.

“Queremos que baixem os preços, exigimos o fim da corrução. Marito (presidente Mario Abdo Benítez), você é uma desgraça para o país”, disse indignado um dos manifestantes, identificado pelo Última Hora como Cristian Santander.

Outra manifestante, Natalia Ávalos, exigiu que o presidente da Petropar, Denis Lichi, torne transparente a estrutura de custos dos combustíveis.

“Estamos cansados da escalada de preços, já não podemos trabalhar. A Petropar ganha como importadora e distribuidora. Exigimos que seja cortado o vale-combustível para seus funcionários”, completou Natalia.

A sede da Petropar, em Villa Elisa, foi bloqueda pelos manifestantes. Captura de vídeo

CAMINHONEIROS

Os caminhoneiros também começaram nesta segunda-feira uma paralisação de atividades, por tempo indefinido.

Em contato com o Última Hora, o presidente da Federação dos Caminhoneiros do Paraguai, Ángel Zaracho, disse que a categoria quer que as autoridades eliminem o imposto seletivo de consumo (ISC) sobre os combustíveis, para permitir a redução do preço.

“Para nós, o Imposto Seletivo sobre o Combustível é como um imposto sobre o trabalho”, disse o líder dos caminhoneiros.

A estatal de petróleo YPf, da Argentina, reajustou em 9,5%, em média, o preço da gasolina, informa o portal El Territorio. O aumento chega a 11,5% no caso da gasolina premium.

COMBUSTÍVEIS ESTÃO MAIS CAROS NA ARGENTINA

A estatal explicou em nota que o reajuste se dá por conta do incremento dos preços internacionais do petróleo, provocado pela guerra da Rússia contra a Ucrânia, e pelos níveis de demanda por combustíveis, na Argentina, superiores aos do período pré-pandemia.

No comunicado, a YPF justifica que os preços do petróleo, no mundo, atingiram níveis recordes, nas últimas semanas, ficando cerca de 50% acima dos valores do início de fevereiro deste ano.

A estatal informou ainda que “continuará monitorando a evolução das variáveis que incidem na formação de preços, levando em conta as particularidades do contexto macroeconômico do país e a realidade internacional”.

O preço dos combustíveis na Argentina havia subido em fevereiro cerca de 10%, depois de oito meses congelado.

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