No acidente, há cerca de seis meses, morreram sete pessoas, na base aérea de Luque.
O único sobrevivente de uma tragédia aérea no Paraguai, em que morreram sete pessoas, no dia 9 de fevereiro deste ano, ainda se recupera das inúmeras sequelas.
O portal Crónica entrevistou no sábado, 21, José Daniel Zaván, de 19 anos, para saber como ele deixou de ser mais uma vítima fatal.
O avião da Força Aérea Paraguaia fazia o voo entre a cidade de Fuerte Olimpo rumo à Base Aérea de Ñu Guasu, no município de Luque, que fica junto ao aeroporto internacional Silvio Pettirossi.
Segundo Zaván, o voo foi normal. Mas, quando o avião estava se aproximando para o pouso, inclinou-se repentinamente para a esquerda e em seguida despencou, caindo sobre carros no estacionamento da base aérea. O avião e os carros pegaram fogo.
“INSTINTO”
Mas como o jovem se salvou?
“Por instinto, porque eu não queria morrer, eu abri a porta do avião do meu lado e saltei.”
Ele contou que não se lembra de ter ouvido gritos nem mais nada. Só se recorda de quando foi levado a uma ambulância. “Depois disso já não lembro de nada.”
Antes de optar por Engenharia Agronômica, que cursa na Universidade Nacional de Assunção, José Daniel Zaván sonhava em ser piloto de avião.
Um amigo que o visitou, quando já deixara o hospital, dois meses depois de internado, perguntou a a Zaván: “Você se lembra quando dizia que iria se atirar do avião, quando perguntávamos o que faria se o avião tivesse problemas em pleno voo?”
Zaván se lembrava disso. E comentou: “Praticamente se cumpriu, eu me atirei do avião quando me dei conta de que estava caindo”.
À BEIRA DA MORTE
Os médicos chegaram a pensar que ele não sobreviveria.
Mas a sobrevivência terá um preço elevado. O jovem vai passar por uma série de cirurgias, incluindo joelho, crânio e braço direito. E também por muita fisioterapia até recuperar os movimentos normais.
Mas ele agradece: “Deus tem um propósito para mim, por isso hoje estou com vida. Ele está me ajudando a superar esta difícil prova”, afirmou.
Ele disse que pretende participar da Jornada Mundial da Juventude, em Portugal, para ter oportunidade de agradecer pessoalmente ao Papa Francisco, que rezou pela recuperação dele, como expressou em email à família do jovem.
VÍTIMAS
No acidente com o avião Cessna 402, fabricado em 1989, morreram seis militares e um civil: o coronel Aníbal Antonio Pérez Trigo, o tenente e piloto militar Willian Martín Orué Román, o tenente Marcos Samuel Romero, o tenente Manuel Guzmán Sotelo Riveros, o suboficial Pedro Nélson López, o oficial do Estado Maior Alfredo Darío Céspedes e o funcionário público Críspulo Almada.
O grupo tinha ido ao município de Fuerte Olimpo para fazer uma inspeção na base aérea local.
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