Operação Ferrum: Paraguai combate tráfico de armas para o Brasil

Mandados da operação tiveram como alvo uma importadora de armas localizada na capital paraguaia, Assunção.

O Ministério Público do Paraguai cumpriu, nessa terça-feira (17), seis mandados da Operação Ferrum. O procedimento tem como objetivo combater o tráfico de armas de fogo em direção ao Brasil.

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De acordo com as informações repassadas à imprensa, o alvo principal foi uma importadora situada no bairro Trinidad, em Assunção.

No local, três pessoas foram detidas, sob suspeita de terem vendido armas posteriormente apreendidas no Brasil, nas mãos de organizações criminosas.

Uma das hipóteses investigadas na Operação Ferrum é o uso de “laranjas” para o registro do armamento no Paraguai, para dar cobertura legal à venda.

O caso pontual envolvendo dois dos três detidos, de nacionalidade paraguaia, é o da apreensão de 72 armas no Brasil. O número total de unidades que saíram da importadora para grupos criminosos, contudo, seria superior a 200.

Durante a Operação Ferrum, foram apreendidos documentos e outras evidências para ampliar o escopo da investigação. A realização de buscas em outros pontos do país vizinho não está descartada.

Organizações criminosas brasileiras costumam usar o Paraguai para a obtenção de armas, devido às vantagens encontradas. A facilidade para burlar as normas de registro e a ampla fronteira com o Brasil estão entre os principais fatores.

Para combater a triangulação de armas via Paraguai, os dois países firmaram acordos e criaram mecanismos de cooperação, que possibilitam ações como a Operação Ferrum.

Investigações prévias à Operação Ferrum

Procedimentos anteriores mapearam a existência de várias etapas, como a importação de grandes quantidades de armas e munições por empresas da região de Assunção e o uso de “casas de armas” na região de fronteira para a movimentação dos arsenais.

Grupos de origem brasileira, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), estão entre as organizações criminosas com maior estrutura no Paraguai.

O tráfico de armas está, via de regra, associado a outras atividades ilícitas, como o cultivo e a exportação de entorpecentes, contrabando de cigarros e roubo de veículos, usados na logística do transporte e como moeda de troca.

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