O fogo já consumiu mais de 500 mil hectares de mata só na província de Corrientes, vizinha a Misiones.
“Baixa umidade, altas temperaturas e muito vento. Tudo isso resulta num coquetel muito perigoso”, definiu o subdiretor de Defesa Civil da província de Corrientes, Bruno Lovinson, em entrevista ao portal El Territorio.
Ainda segundo Lovinson, “muitos de nós estamos trabalhando há 60 dias quase sem descanso”.
O último grande foco de incêndio foi registrado no final de semana no município de Ituzaingó, que fica a cerca de 380 km de Puerto Iguazú. Foram queimados 100 hectares de mata. Havia, ainda nesta manhã de segunda-feira, alguns focos ativos na região.
Por precaução, a Defesa Civil evacuou no domingo o Hotel Howard Johnson Inn, de Ituzaingó, e também as casas próximas.
Para conter o fogo, trabalharam cerca de 3.800 homens, entre brigadistas, bombeiros, agentes municipais, policiais e voluntários.
Eles utilizaram, de acordo com El Territorio, uma variedade de equipamentos para conter os incêndios: aviões hidrantes, helicópteros, autobombas e mais de mil veículos, entre públicos e particulares.
O combate aos incêndios florestais conta com participação de equipes do governo nacional e também das províncias de Jujuy, Mendoza e Córdoba.
Na Argentina, há focos de incêndio florestal também nas províncias de Corrientes, Misiones e Río Negro, conforme a agência de notícias Télam.
POLUIÇÃO DO AR
Os incêndios florestais na Argentina, somados aos registrados também no departamento Central, provocaram uma extensa camada de fumaça, que atinge vários pontos do Paraguai, em especial a capital, Assunção.
A fumaça é tóxica ao organismo humano, já que o monóxido de carbono pode gerar quadros graves pela inflamação das vias aéreas e pode, também, elevar a pressão das pessoas hipertensas, como alertou o pneumólogo Carlos Morínigo, segundo o jornal Última Hora.
Ao ABC Color, a médica Laura Flores, especialista em saúde ocupacional e ambiental, disse que respirar o ar poluído pela fumaça, em Assunção, é como “fumar mais de 10 mil cigarros”, pelo grau de toxicidade.
Tanto no Norte da Argentina como nas áreas que estão com incêndios florestais no Paraguai, não se pode contar com ajuda das chuvas, nos próximos dias. “Não teremos uma melhoria a curto prazo, disse o sub-diretor de Meteorologia do Paraguai, Eduardo Mingo, em entrevista à rádio 780 AM.
Segundo Mingo, seria necessário que caíssem chuvas de mais de 100 ou 150 milímetros e, depois de uma pausa de três a cinco dias, outra chuvarada de 100 milímetros, para fazer frente à intensa seca que o Paraguai atravessa.
E também a Argentina, além dos estados do Sul brasileiro, onde a seca já persiste há mais de dois anos.
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