
O Senado do Paraguai aprovou, na quarta-feira (9), o pedido de criação de uma comissão conjunta com a Câmara dos Deputados para apurar as denúncias de espionagem contra autoridades do país envolvidas nas negociações sobre a usina de Itaipu.
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O assunto veio à tona após reportagem do portal UOL, no dia 31 de março. De acordo com a publicação, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria monitorado autoridades do Paraguai por cerca de nove meses.
O governo federal brasileiro admitiu a situação, apontando que a operação começou em junho de 2022, durante a gestão de Jair Bolsonaro.
Já a interrupção, conforme a versão do Itamaraty, ocorreu em março de 2023, quando da posse do novo diretor da Abin, nomeado por Lula.
À época da espionagem, o Paraguai estava sob o comando do presidente Mario Abdo Benítez, cujo governo não produziu relatórios sobre o tema. Já o atual presidente, Santiago Peña, assumiu o cargo em agosto de 2023, fora do período da ação.
O pedido de instalação de uma comissão partiu dos senadores Basilio Núñez, Natalicio Chase, Juan Carlos Galaverna, Patrick Kemper, Dionisio Amarilla e Zenaida Delgado.
Segundo o regulamento, o colegiado terá duração de 60 dias a partir da data de constituição, prorrogável por outros 60 dias. Autoridades brasileiras, como o embaixador do Brasil no Paraguai, poderão ser chamadas para prestar esclarecimentos.
O trabalho terá como objetivo identificar, entre outros pontos, que tipo de informação eventualmente vazou e se houve prejuízo para o país nas negociações.
Javier Milei no Paraguai
O presidente da Argentina, Javier Milei, fez uma visita de surpresa ao Paraguai na quarta-feira, comunicada apenas horas antes do desembarque.

Milei dialogou com Santiago Peña no Palácio de López, sede do governo paraguaio, e deu breves declarações à imprensa.
Mais tarde, em comunicado conjunto, as presidências do Paraguai e da Argentina informaram que a reunião tratou de questões relacionadas à integração econômica e ao Mercosul. A Argentina exerce, atualmente, a presidência semestral do bloco.