Guilherme Wojciechowski – OPINIÃO
Eis que o dia, tão aguardado, chegou. Eu, Guilherme Wojciechowski, domiciliado em Foz do Iguaçu, declaro ter sido um dos 11.608 vacinados contra o novo coronavírus, nesse sábado (17), na Terra das Cataratas. Qual vacina tomei? Tive algum efeito ou reação? É o que pretendo contar nas linhas abaixo. (Imagem: Christian Rizzi / AMN / Arquivo)
Começando pela data. O calendário no Brasil está sujeito a solavancos provocados pelo ritmo de distribuição. Pela marcha até então, calculei que minha vez chegaria nos dias 10 ou 12, o que não se confirmou. No fim de semana passado, em vez de cortar direto para 38 (minha idade), a prefeitura baixou a faixa etária de 40 para 39 anos. O motivo foi a entrega de menos doses que o previsto. Faz parte.
De lá para cá, vinha monitorando as informações. Quando soube que a cidade receberia pelo menos 37 mil doses de um lote extra destinado às fronteiras, fiquei de prontidão. Na sexta (16) pela manhã, tão logo a assessoria de comunicação soltou nota liberando o agendamento para todos com 30 anos ou mais, parei o que estava fazendo e corri para o site http://vacinacao.pmfi.pr.gov.br para tentar garantir a minha.
Como milhares de iguaçuenses fizeram o mesmo, posso dizer que tive sorte. Apesar da lentidão gerada pela grande quantidade de acessos, consegui agendar para mim e dois familiares. As 12 mil vagas esgotaram em cerca de duas horas, o que levou a prefeitura a criar outras sete mil para hoje (18), primeiro domingo com postos abertos em Foz do Iguaçu. Para que não haja dúvida sobre se deu certo ou não, o sistema emite um comprovante que você pode fazer download diretamente ou receber no e-mail.
#PartiuVacina
Com o agendamento confirmado para sábado à tarde, no Núcleo de Saúde da AKLP (o mais próximo entre as opções disponíveis), separei a papelada exigida: documento de identidade com foto, CPF, comprovante de residência e Cartão SUS. Como as contas que chegam em papel aqui em casa estão no nome da esposa, peguei também a Certidão de Casamento. De última hora, não encontrei o cartão do CPF, mas me lembrei da versão digital.
A unidade da AKLP é bem localizada para quem vai de carro (de ônibus, a história é outra), com várias vagas de estacionamento. Imaginei que estariam lotadas, mas foi fácil encontrar um lugar. Dentro do prédio, apesar do movimento grande, o atendimento na recepção foi rápido. Além dos documentos, é pedido um número de celular para contato.
Como nem tudo é o ideal, pude notar uma dificuldade. Como não havia uma tela central direcionando “usuário X para sala Y”, as equipes de cada sala chamavam nomes repetidos, algo que, mesmo precisando ser melhorado, não compromete o resultado. Da entrada até o momento em que fui chamado, foram pouco mais de 20 minutos.
A equipe que me atendeu foi extremamente gentil. A enfermeira fez as perguntas básicas: se já tive covid (não que eu saiba), se estava com sintomas gripais (não) e se tinha recebido a vacina contra a gripe há menos de 15 dias (também não). A dose foi a da AstraZeneca, de um lote produzido na Fiocruz. Saí de lá não só com a vacina tomada, mas com a segunda dose já agendada.
Efeitos colaterais?
Muito se tem falado sobre a vacina da AstraZeneca, cujas reações seriam “mais fortes” que as de outros imunizantes. Farei aqui um relato pessoal, escrito 16 horas depois. A resposta varia de pessoa para pessoa (95% relatam apenas incômodos leves ou temporários). Tal como em outras vacinas que tomei ao longo da vida, percebi somente algum cansaço e uma certa dor no local da picada.
E agora? Já estou protegido?
A primeira dose já está no braço, contudo o processo começou recentemente. Via de regra, o corpo precisa de no mínimo duas semanas para produzir as defesas inaugurais. A proteção completa, porém, só virá 15 dias após a segunda dose (no meu caso, marcada para outubro). Até lá, continuarei com os mesmos cuidados, evitando aglomerações, usando máscara com nariz e boca cobertos e higienizando constantemente as mãos.
Por que tomar a vacina?
Ser vacinado é bem mais que um ato individual. O objetivo de toda vacina é inibir a circulação do vírus, criando barreiras para evitar que pessoas adoeçam, fiquem com sequelas ou percam a vida. Para que isso ocorra, é preciso que a cobertura seja a maior possível. Ao se vacinar, você gera defesas diretas (anticorpos) e indiretas (quanto mais gente imunizada, menos espaço para o surgimento de variantes e mutações).
Devo escolher vacina?
Quando a pandemia passar e clínicas fora do SUS oferecerem diferentes tipos de vacinas contra a covid, escolher qual delas tomar será uma questão de preço. No atual momento, o essencial é garantir a que estiver disponível. A CoronaVac é a mais rápida (28 dias de intervalo), a Janssen é em dose única, e a Pfizer e a AstraZeneca já mostraram a que vieram. Todas são boas e seguras. Quando sua vez chegar, não hesite: agende e faça sua parte.
Guilherme Wojciechowski é repórter colaborador do H2FOZ.
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