
Por Amâncio Ivan de Camargo Melo – OPINIÃO
É impressionante as dificuldades que as diversas administrações de Foz do Iguaçu têm para resolver e conciliar os problemas da sua população. Entram e saem governos e nenhum tem a autoridade para decidir o que fazer com as dificuldades mais comezinhas da cidade.
Por incrível que pareça, por mais de 4 anos, por toda a nefasta administração passada, melhor dizendo, tentou-se construir uma escola necessária à população, mas com a absurda derrubada e
degradação de uma praça consolidada há mais de 50 anos, que tinha a sua manutenção e conservação custeada pelos moradores do seu entorno. Estamos falando da Praça das Aroeiras, situada no Jardim Social.
Essa escola só não foi construída por resistência hercúlea dos moradores do bairro, que se utilizaram de todos os meios administrativos e judiciais para barrar a derrubada de mais de 50 árvores, inclusive apresentando 8 terrenos do município com áreas e distâncias compatíveis com as necessidades postas pela escola.
Inobstante até hoje o caso ainda estar sub-judice, com recurso no STJ, em Brasília, a administração passada ousou, cedo de uma manhã chuvosa de 7 de dezembro de 2023, a partir das 06h, adentrar à area com tratores, motosserras, duas dezenas de brucutus do machado – e ainda com aparato da Guarda Municipal, para, em poucas horas, prostarem por terra quase toda a mata que foi plantada e cuidada com carinho pela população. Dentre as espécies, várias delas protegidas ambientalmente, como pau-brasil, ipês e araucárias. Ainda por cima, com origem duvidosa de liberação de corte pelo IAT, entidade que todos conhecemos pelas autorizações de desmatamentos vendidas por corrupção, conforme foi amplamente divulgado, há questão de dois a três meses, pela imprensa local.
Ato contínuo, a administração municipal lançou edital para construção da escola sobre o local destruído, saindo vencedora no primeiro pregão a empresa EDYCON, que acabou se instalando no local, mas sem iniciar as obras em si. Fez somente uma inacabada terraplanagem e abandonou a obra cheia de monturos de destruição. Dizem que a empresa faliu, mas ao que se ouve, deixou a obra pela insegurança jurídica ao saber da pendência judicial já comentada.
Desde aí, mais 2 editais surgiram, mas ambos barrados pelo TCE – TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁ. O primeiro, por diversas irregularidades e inconsistências do projeto, tais como: entrega de prédio com menor área do que o previsto; falta de juntada de laudo de análise do solo, projeto feito por empregados terceirizados pela prefeitura, que não teriam como responder civil e criminalmente pelos projetos em casos previstos em lei. Sinale-se que, tendo prazo para sanar as irregularidades, a prefeitura não deu a menor atenção ao TCE, lançando um segundo edital que também, por óbvio, foi novamente barrado pela Corte Estadual de Contas.
Sem dúvida que essas barrações do TCE aliviaram sobremaneira o ânimo dos moradores do bairro, pois que faltavam poucos dias para se livrarem da incompetente gerência de Chico Brasileiro, já que chegávamos a não mais de 10 dias da eleição que trocaria, finalmente, o prefeito do município. Eleição, aliás, em que, ao que se sabe, a grande maioria do povo interessado na manutenção da praça depositou todas as suas esperanças no General Silva e Luna, pessoa sabidamente sensível em ouvir as pessoas e defensor do verde. Tanto é que, ao assumir, nomeou Sérgio Caimmi para a Secretaria do Meio Ambiente, pessoa com mais de 30 anos lutando pela causa ambiental. Caimmi, inclusive, que também foi candidato a prefeito no mesmo pleito que elegeu o General, e que na sua campanha eleitoral fez vídeo na destroçada área da Praça das Aroeira, discursando veementemente pela pronta recuperação da praça, se eleito, com a sua imediata devolução às ações cuidadoras dos moradores, como vinha ocorrendo antes da trágica decisão destruidora de Chico.
Só que agora, após anúncios públicos animadores ouvidos da própria voz do General Silva e Luna e da sua secretária de educação, de que se decidiu pela recuperação da praça e a construção da escola em outro local, os moradores foram surpreendidos ontem, 26.02.2025, por reportagem veiculada pela RPC, que ouviu a mesma secretária de educação que disse: após reunião com vereadores e comunidade escolar onde atualmente está funcionando a escola interessada em construir na praça, que a prefeitura está repensando o assunto, podendo voltar atrás e reestudar a construção na praça. Em reunião noturna, vejam! Está bem como a administração Chico Brasileiro, que se recusou a receber os moradores em audiência, jogando na lata do lixo um abaixo-assinado firmado por mais de 2.100 moradores. Não que os moradores do Jardim Social quisessem participar de tal encontro na escola, isso jamais. Mas tão-só para demonstrar como funciona a calada da noite de gente interessada em mudar uma decisão justa já tomada, causando mais confusão, botando mais lenha na fogueira a um assunto que já fora decidido. Uma hora é uma coisa, outra hora muda tudo?
Como mudar de ideia se visitaram a praça e constastaram que a área era de apenas 6.000m2 (o que está errado: são apenas 4.860m2), quando precisariam de, pelo menos, 10.000m2 para a nova escola?
Francamente, a ser verdadeira essa nova situação, ficará definitivamente a certeza de que Foz do Iguaçu e suas administrações não têm mesmo solução. É muita decepção! Um dia é uma palavra, no outro, tudo muda. Quando se opta pela mudança nas políticas públicas com um novo e experimentado administrador, que vem de outras culturas (presumindo-se não contaminado pela politicagem local), para emprestar seus serviços a Foz do Iguaçu, como é o caso do General, que tem exemplos positivos nas chefias da Petrobrás e de Itaipu, além de uma carreira militar dita exemplar, a população em geral, mas em especial os moradores do Jardim Social, que jogaram todas as suas fichas na mudança, não recebem com bom grado esses tipos de atitudes.
Sinale-se finalmente, que os moradores do entorno da Praça das Aroeiras nunca foram contra a construção da escola, como diz parte da mídia local e da comunidade escolar. Ao revés, apoia uma nova escola para os alunos e professores que estão miseravelmente mantidos debaixo das arquibancadas do estádio Pedro Basso, há mais de 20 anos. Mas não na praça, mas em outro lugar que não destrua o que já está feito e beneficia não só o pessoal do Jardim Social, mas tantas outras famílias que buscam o local para seus momentos de lazer.
Não podemos aceitar a tática de jogar uns contra os outros, no caso moradores contra pessoas interesssaadas na escola, tão usadas na nefasta politicagem já nossa velha conhecida, de dividir para conquistar. Viva a praça! Viva uma nova e belíssima escola em terreno apropriado! Escola, aliás, não com apenas 6 salas de aula como projetado na praça, mas com 15, 20, visando a ampliação através de melhores políticas de ensino!
Os moradores querem apenas a urgente devolução da área da praça para ajudarem o município na sua recuperação. Só isso!
Amâncio Ivan de Camargo Melo é Advogado e morador do Jardim Social.
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Que tal os moradores se reunirem e plantarem diversas mudas de árvores por toda a área já degradada para chamar a atenção não só dos munícipes, mas de todo o Brasil, demonstrando a falta de preocupação ambiental dos gestores públicos.
Preferem uma escola pequena na praça ao invés de uma escola Grande na mesma região, integral, com mais vagas para crianças, beneficiando mais famílias.
Estão lutando por uma escola pequena e pela destruição de árvores nesse calor de Foz.
Isso é sobre voto? Rabo preso? Politicagem medíocre? Burrice mesmo?