Carta Aberta: A Escolha dos Novos Gestores Escolares, por uma escola para o futuro

Professor Alejandro fala sobre a importância dos membros da coordenação no futuro das escolas .

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Por Professor Alejandro A. R. Flores – OPINIÃO

Este ano enfrentamos uma nova escolha de gestores escolares. Nesta oportunidade, em um processo semirregulado pelas autoridades, onde se implementa pela primeira vez uma avaliação de idoneidade para o cargo de Diretor(a). Ainda que pertinente essa ideia de profissionalizar e tentar oportunizar uma melhor qualificação dos futuros gestores, não deixa de causar dúvidas e preocupações nas microsociedades chamadas escolas.


Contudo, não devemos esquecer que, finalmente, será a comunidade em seu conjunto quem deverá realizar a escolha, através de eleições. Considerando este cenário, é pertinente nos questionarmos e refletirmos sobre questões que estão além de amizades, oportunismos, egolatrias e narcisismos.


Como tenho afirmado, as escolas são microsociedades, que possuem características únicas. Cada uma delas se encontra inserida em um contexto próprio, ainda que estejam dentro da mesma cidade. Da mesma forma, seus estudantes e professores apresentam um conjunto de identidades e subjetividades que não podem ser ignoradas.


Hoje, mais do que nunca, temos evidenciado que as escolas estão mudando, estão evoluindo, avançando para se converterem em verdadeiros centros de referência em seus bairros. Também é observável que os professores estão sendo cada vez mais cobrados, por questões que às vezes parecem beirar o assédio laboral. Por outro lado, os estudantes trazem, a cada dia, novos conhecimentos, que muitas vezes nos pegam desprevenidos. Nesse contexto, não é irrelevante quem esteja à frente das escolas do amanhã.


Na hora de conhecer os futuros candidatos, peço que façamos um profundo exame de consciência, esqueçamos rivalidades e pensemos nas escolas. Mas não é só isso; também devemos questioná-los sobre tudo aquilo que nos preocupa, sobre sua visão de escola e suas projeções para o futuro.


Acredito que os melhores candidatos serão aqueles que olham de maneira crítica para o presente e pensam em uma escola que inclua a todos, seja democrática e participativa, uma escola que seja de todos e para todos, que abra suas portas à comunidade, que acolha professores e estudantes considerando suas diferenças, suas anseios, e seus sonhos. Um bom candidato é aquele que tem a capacidade de dialogar, negociar e, sobretudo, ter um olhar crítico sobre sua própria atuação.


Não podemos esquecer que a escola é nossa casa, e uma casa não só precisa estar linda, arrumada e organizada; também precisa estar cheia de amor, carinho e respeito. É fundamental lembrar que, entre os mandatos sociais que as escolas têm, está o de educar: educar os estudantes, suas famílias, a comunidade e, acima de tudo, a nós mesmos. Nossa práxis deve ser exemplo para que os outros sejam melhores do que nós, criando assim um círculo virtuoso.


Aos professores, peço que, na hora de escolher os membros da coordenação, pensem nas boas práticas docentes, nas necessidades da comunidade educativa, e na vocação para construir e não destruir.


Em tempos de eleições, torna-se evidente a polarização de ideias, e, finalmente, acabam sendo eleitos candidatos por afinidade, mais do que por condições próprias para assumir o cargo. A escola do futuro, para continuar com seu propósito, precisa sair desse lugar e avançar para um aprofundamento do debate de ideias. Os candidatos devem se assumir como geradores de conhecimento e começar a elaborar propostas coerentes com suas realidades, e, acima de tudo, deve prevalecer o diálogo e o entendimento.


Alejandro A. R. Flores é professor, Licenciado em Letras, Português e espanhol.

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