Por Alejandro A. R. Flores – OPINIÃO
Prezados pais, responsáveis e membros da comunidade educacional.
Espero que esta carta os encontre bem e em paz. Gostaria de compartilhar algumas reflexões importantes sobre a proposta de transição para escolas cívico-militares em nosso sistema educacional. A participação na consulta pública é crucial, pois somente através do diálogo e do entendimento mútuo podemos garantir que as decisões tomadas estejam alinhadas com os valores e necessidades de nossa comunidade.
Um dos questionamentos que gostaria de compartilhar e discutir é: por que optar pela contratação de militares em detrimento de profissionais dedicados à saúde mental e ao desenvolvimento pedagógico, como psicólogos, assistentes sociais e psicopedagogos? As escolas são, antes de tudo, espaços de construção de vínculos e de aprendizagem que vão muito além do conhecimento acadêmico.
É importante considerar que nossos estudantes são crianças e jovens em pleno desenvolvimento. Eles necessitam de um ambiente que proporcione não apenas o aprendizado formal e disciplina, mas também a socialização saudável. A interação entre pares, o desenvolvimento de habilidades sociais e a capacidade de expressar emoções são componentes fundamentais para uma educação integral.
Ao refletirmos sobre a escolha de profissionais, questionamos se a presença de militares é a resposta adequada para garantir o desenvolvimento saudável e equilibrado de nossos jovens. Será que não seria mais benéfico contar com especialistas que compreendem as complexidades emocionais e cognitivas dos estudantes? Profissionais capacitados em psicologia, assistência social e psicopedagogia podem desempenhar um papel crucial na promoção do bem-estar emocional e no apoio ao desenvolvimento acadêmico.
Além disso, não podemos esquecer que o ato de brincar é essencial para o crescimento saudável das crianças e jovens. O jogo não é apenas uma atividade recreativa, mas também uma forma de aprender e desenvolver habilidades importantes. Precisamos garantir que o ambiente escolar proporcione tempo e espaço para que nossos estudantes possam explorar, criar e se expressar de maneiras diversas.
Convido a todos a refletirem profundamente sobre as condições necessárias para uma educação de qualidade. A qualidade do ensino não se resume apenas ao conteúdo acadêmico, mas também à construção de um ambiente que respeite o processo de desenvolvimento de cada indivíduo.
Neste momento de decisão, exorto cada um de vocês a participar ativamente na consulta pública. Juntos, podemos garantir que as escolhas feitas estejam alinhadas com o melhor interesse de nossos filhos, promovendo uma educação que os prepare não apenas para o conhecimento acadêmico, mas também para a vida.
Agradeço a atenção de todos e espero ver nossa comunidade unida em prol de uma educação de qualidade e respeitosa.
Atenciosamente,
Alejandro A. R.Flores é licenciando em Letras (Espanhol e Português como línguas estrangeiras) e morador de Foz do Iguaçu.
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Este texto é de responsabilidade do autor/da autora e não reflete necessariamente a opinião do H2FOZ.
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