Tribunal paraguaio não aceita recurso de advogados e Ronaldinho vai continuar detido

Ele e o irmão, Roberto, já estão há quatro meses no Paraguai. Depois de passar por uma cadeia, hoje cumprem prisão provisória num hotel de Assunção.

H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

O Tribunal de Apelação Penal do Paraguai, formado por três juízes, não admitiu a apelação apresentada pela defesa do ex-jogador Ronaldinho e de seu irmão, Roberto de Assis Moreira. Presos há quatro meses em Assunção, eles vão continuar em prisão domiciliar em apartamentos de um hotel que pode ser chamado de luxo.

A defesa havia apresentado um recurso legal onde apelava contra a decisão do juiz Mirko Valinotti, que se recusou a conceder o critério de oportunidade para ambos, segundo informa o jornal Última Hora. Esse seria um recurso legal para conseguir a liberdade condicional.

Com essa decisão do Tribunal de Apelação, eles vão continuar detidos até a decisão final do processo contra eles.

Ronaldinho e seu irmão chegaram a Assunção no dia 4 de março. O ex-jogador iria dar apoio com sua imagem a um programa de assistência social a crianças paraguaias.

Dois dias depois, no entanto, foram detidos ao se ter conhecimento de que apresentaram na Aduana do aeroporto de Assunção passaportes paraguaios manipulados. Seus advogados disseram que os documentos foram um presente, para permitir que Ronaldo e o irmão abrissem negócios no Paraguai.

O caso tem, até o momento, mais de uma dezenas de processados. Funcionários do Departamento de Identificações, que expede passaportes e documentos, a Diretoria de Migrações e diretores do Aeroporto Internacional de Assunção estão sob suspeita.

O empresário brasileiro Wilmondes Sousa Lira, que acompanhou Ronaldo ao Paraguai, está sendo processado por suposta associação criminosa, uso de documentos não autênticos e uso de documentos públicos de conteúdo falso. A exemplo dos irmãos, depois de ir para uma penitenciária, foi beneficiado, em 15 de junho, com a prisão num hotel de Assunção.

Entre os envolvidos, está a empresária paraguaia Dalia López, que os recebeu no aeroporto e é presidente da fundação beneficente que gestionou a ida dos dois irmãos ao Paraguai.

López, no momento, foi declarada por rebeldia, já que não se apresentou à Justiça, e tem contra ela, desde 18 de março, uma ordem de prisão internacional.

A empresária é apontada pelos promotores como suposta cabeça de uma rede dedicada a "facilitar a elaboração e utilização de documentos de identidade e passaportes de conteúdo falso".

Antes do "caso Ronaldinho", Dalia Lópes era praticamente desconhecida no Paraguai.

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