
A população paraguaia vai aumentar em 100 mil pessoas este ano, estima a Direção de Estatística, Pesquisas e Censos do Paraguai. O número de habitantes passará, no final de 2020, para 7.252.672.
Entre 188 países, o Paraguai fica em 77º lugar em taxa de natalidade (quanto mais baixa a posição, menos nascimentos).
Na América do Sul, só a Bolívia tem taxa de natalidade maior (está em 70º lugar). A maioria dos países da região vem sofrendo uma redução nesse índice, inclusive o próprio Paraguai.
O Brasil, por exemplo, está em 112º (o Uruguai vem atrás, em 111º), e a Argentina em 105º. São taxas próximas às de países desenvolvidos (a Irlanda, por exemplo, está em 132º lugar, e o Reino Unido em 143º).
Por curiosidade, entre 189 países, Porto Rico tem a menor taxa de natalidade. Logo atrás vêm Coreia do Sul, Japão, Itália, Grécia e Portugal.
Números de Brasil e Paraguai
É claro que, com uma população 29 vezes maior do que o número de habitantes do Paraguai, não dá para fazer uma comparação muito direta entre o Brasil e o país vizinho.
Mas há algumas curiosidades. A maioria da população paraguaia é jovem. Mais da metade dos habitantes têm menos que 27 anos. E 28,9% têm menos de 15 anos.
No Brasil, o número de jovens com menos de 29 anos corresponde a cerca de um quarto da população, índice bem próximo dos 22% de pessoas com idades entre 30 e 64 anos.
Mesmo com esta faixa de pessoas jovens, no Paraguai está ocorrendo um decréscimo na população de crianças e adolescentes, enquanto a proporção de adultos maiores cresce 6,7% no ano.
Previdência?

Contudo, a preocupação com a Previdência Social pode ser deixada para daqui a 20 anos, no Paraguai, enquanto no Brasil houve urgência na aprovação da reforma da Previdência – críticas à parte quanto aos métodos e aos resultados.
Só a parcela de brasileiros que têm entre 60 e 90 anos ou mais chega a 28 milhões de pessoas, quase quatro vezes mais que a população do Paraguai inteiro.
E ainda é preciso somar aos idosos aqueles que estão "quase lá": são 23 milhões de brasileiros com idades entre 50 e 59 anos.
Nascimento e morte
Nascem menos crianças, no Brasil, e morre-se mais tarde que no Paraguai, o que explica o envelhecimento da população ao longo das últimas décadas.
A taxa de natalidade paraguaia é estimada em 1,38%, este ano, enquanto a brasileira, entre 2017 e 2018, foi de apenas 0,38% (e com tendência de queda). Mesmo esse índice baixo, no entanto, representa o nascimento de 800 mil brasileiros por ano.
Já na taxa de mortalidade, a situação se inverte: no Paraguai, vive-se em média um pouco menos que no Brasil. A expectativa de vida ao nascer, no Brasil, é de 72,8 anos para os homens e de 79,9 anos para as mulheres; no Paraguai, é de 71,7 e 77,7 anos, respectivamente.
Mortalidade infantil

Os dois países têm um problema grave: taxas de mortalidade infantil altas. No Paraguai, morrem 24,8 crianças a cada mil nascidas vivas. Este índice, segundo a Direção de Estatística, Pesquisas e Censos do Paraguai, deve diminuir para 23,2 mortes a cada mil nascidos vivos.
Mesmo com esta queda, a taxa ainda será quase o dobro da registrada no Brasil, onde a mortalidade infantil foi de 12,4 a cada mil nascidos vivos, em 2018.
E é também um índice alto, já que em países desenvolvidos a mortalidade infantil fica em torno de duas mortes a cada mil crianças nascidas vivas.
IDH próximo
É por causa da mortalidade infantil alta e de outros problemas, como a desigualdade na distribuição de renda, que tanto o Brasil como o Paraguai não têm índices de desenvolvimento humano (IDH) perto dos registrados em países desenvolvidos e mesmo, aqui na América do Sul, da Argentina e Chile.
O IDH brasileiro fechou 2019 em 0,761. O do Paraguai, em 0,724. Quanto mais próximo de 1 este índice, maior é o bem-estar da população do país, já que o IDH mede, entre outras coisas, os níveis de riqueza, alfabetização, educação, expectativa de vida e natalidade.
Nos dois países, o crescimento do IDH, de 1990 para cá, foi quase igual: 23% no Paraguai e 24% no Brasil. É um crescimento bastante razoável, mas ambos precisam melhorar seus indicadores sociais se um dia sonham em chegar a ficar perto dos países desenvolvidos, isto é, com IDH mais próximo de 1.
Os quatro países com IDH mais alto do mundo estão na Europa: Noruega (0,954), Suíça (0,946), Irlanda (0,942) e Alemanha (0,939). Eles fazem parte dos países com IDH muito alto, e por isso são considerados desenvolvidos.
O IDH tem quatro classificações: muito alto, alto, médio e baixo. Brasil e Paraguai têm IDH alto, embora o país vizinho esteja quase escorregando para o médio.
A Argentina tem o melhor IDH da América do Sul, apesar das sucessivas crises econômicas, que talvez mudem até mesmo para pior este indicador.
O IDH argentino mais alto se explica pelos melhores indicadores de saúde, educação e distribuição de renda, bem como pela longevidade da população e menor taxa de mortalidade infantil, dados que prejudicam tanto o Brasil quanto o Paraguai.
Mais mulheres
Dados finais: o Brasil é mais urbano, com 85% da população vivendo em cidades, enquanto no Paraguai vivem em zonas urbanas 62,5% dos habitantes.
Tanto no Brasil como no Paraguai, há mais mulheres do que homens. No Brasil, eles representam 48,3% do total e elas 51,7%. No Paraguai, 49,6% dos habitantes são homens e 50,4% são mulheres.
A explicação é simples: é só perceber que as mulheres vivem mais, aqui e lá. Some-se a isso o fato de que, nas periferias, morrem muito mais homens em faixa etária jovem do que mulheres, vítimas da violência.
Fontes: La Nación, IBGE e PNUD
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