H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta
O comodoro Fernando Strieski, do Cataratas Iate Clube de Foz do Iguaçu, informou em nota que procurou, por telefone, o comandante da área naval da Armada Paraguaia, capitão Walter Fernando Diaz Aguiera, para saber sobre a navegação e a pesca no lado brasileiro do Rio Paraná. A resposta é que pesca e navegação serão reprimidas pelo Paraguai.
Segundo o capitão disse ao comodoro, o motivo é a pandemia de coronavírus no Brasil e que isso vai continuar enquanto as fronteiras paraguaias estiverem fechadas. Strieski lembrou que a Marinha do Brasil não proíbe a pesca e a navegação na margem brasileira.
No último domingo, 3, um sócio do Iate Clube Cataratas teve sua embarcação apreendida pela força naval do Paraguai. Ao cobrar do comandante o motivo da apreensão e como o barco pode ser recuperado, o comodoro ouviu, primeiro, o conselho de que precisa avisar aos sócios para não pescarem no Rio Paraná.
Para a liberação do barco, o comandante disse que o sócio do Iate Clube tem de resolver o processo na promotoria paraguaia e, depois, efetuar o pagamento da multa na Armada, para poder recuperar a embarcação.
Reforço na fiscalização
O jornal Ultima Hora informa que a Marinha do Paraguai reforçou a fiscalização, com homens e barcos, em três pontos da fronteira, considerados "sensíveis": Alto Paraná (Ciudad del Este e Presidente Franco), Canindeyú e Amambay.
Mais 50 homens, seis embarcações e uma aeronave passaram a ser utilizados para monitorar os pontos críticos.
"Estamos a 'full' com isso. Implica um importante reforço para todas as frentes", afirmou o comandante da Armada Paraguaia, almirante Carlos Velázquez.
A fiscalização terá como objetivo evitar que pessoas atravessem a fronteira pela Ponte da Amizade e pelo Rio Paraná, inclusive com patrulhamento aéreo inteligente.
Também foi intensificado o controle sanitário sobre o ingresso de mercadorias provenientes do Brasil.
Aos paraguaios que esperam liberação para voltar ao país, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, disse que o ingresso será garantido, "mas de forma ordenada para [cumprir] a quarentena".
Há uma forte pressão dos comerciantes de Ciudad del Este para que a fronteira seja reaberta, já que "a asfixia econômica está causando estragos para a população que depende do comércio fronteiriço e do turismo de compras", diz o jornal Ultima Hora.
"A isso se somam aquelas pessoas que se dedicam ao contrabando. Justamente por causa dele, os efetivos policiais apreenderam um carregamento na zona de Puerto Índio."
Apreensões
O jornal ABC Color informa que, em várias operações nas margens do Rio Paraná, no bairro San Miguel, em Ciudad del Este, a Armada Paraguaia apreendeu seis barcos precários, utilizados para o contrabando de alimentos do Brasil para o Paraguai. Numa das barcas, havia várias sacolas de feijão, prontas para serem vendidas.
Em outra operação, em conjunto com a Aduana, foi apreendido em Puerto Índio um caminhão com 64 caixas de artigos de plástico, provenientes do Brasil. A carga, com valor aproximado de US$ 15 mil, o caminhão e a motorista foram colocados à disposição do Ministério Público.
ATUALIZAÇÃO
Do lado brasileiro, pesca no Rio Paraná está livre
Ao contrário do que foi informado inicialmente pelo Cataratas Iate Clube, a Armada Paraguaia não proíbe a pesca no lado brasileiro do Rio Paraná.
Em nova nota oficial, o comodoro Fernando Strieski, do Cataratas Iate Clube, comunica que recebeu um telefonema do delegado-chefe da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, Mozart Fuchs, informando que fez contato com a Armada Paraguaia e teve a resposta de que "os pescadores brasileiros podem pescar sem problemas", desde que estejam "pescando no lado brasileiro do Rio Paraná".
Sendo assim, diz o comodoro na nota, o Cataratas Iate Clube "informa a todos os seus associados que podem continuar a pescar no Rio Paraná, desde que não naveguem e muitos menos aportem suas embarcações no lado paraguaio do rio".
O assunto publicado aqui no H2FOZ, na quarta-feira (6), teve e ainda está tendo ampla repercussão, pelo inusitado do caso, já que envolve questões de seguirança nacional.
Nem o Brasil pode interferir na parte paraguaia do rio, nem o Paraguai no lado brasileiro. Cada um tem direito a cuidar, da forma como quiser, da "sua metade".
A nova nota do comodoro chegou ao H2FOZ por meio do tenente Muniz, assessor de imprensa da Marinha Brasileira em Foz do Iguaçu.
A nota:
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