Não dá pra relaxar, mas epidemia de dengue em Foz dá sérios sinais de “esgotamento”

Vigilância Epidemiológica diz que o número de casos vem caindo “drasticamente”, nas últimas três semanas.

Depois de três mortes e 4.334 confirmações da doença, o número de casos de dengue vem "reduzindo drasticamente" nas últimas três semanas, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.

De acordo com especialistas da Vigilância Epidemiológica, embora os boletins apresentem aumento em cada publicação, nas últimas três semanas houve redução gradativa das notificações e confirmações de dengue na cidade.

Os gráficos epidemiológicos das últimas semanas apontam que o pico da doença aconteceu na semana 10 (início de março), com 2.506 notificações, e foi sucessivamente registrando queda, até chegar a 1.659 nesta semana.

Neste gráfico, pode-se ver como a epidemia de dengue 2019.2020 foi a pior da história de Foz (no gráfico, o atual ano epidemiológico aparece em roxo). O crescimento de casos confirmados, já no início, em agosto, superou o de todos os anos epidemiológicos anteriores.

“"Ao olharmos o número geral dos boletins, a impressão é a de que estamos com aumento de notificações da dengue agora, mas é o contrário, estamos reduzindo. Isso ocorre porque grande parte das notificações feitas no ano passado foi confirmada por análise clínica neste ano, o que reflete no aumento no número geral do boletim atual”", explicou a enfermeira Mara Ripoli.

Neste gráfico, percebe-se que o pico da doença foi na semana 10, que é o início de março (2.506 casos confirmados). A partir dali, o número começou a cair. A tendência é de queda até o fim do ano epidemiológico, em julho. Mas nunca dá pra relaxar.

De acordo com Mara Ripoli, quando um município é classificado como área de epidemia, somente os casos com mais sinais de alarme e gravidade são confirmados por exames. Os pacientes registrados como dengue clássica (com sintomas leves) recebem a confirmação por critério clínico.

Muitos casos do ano passado estão sendo encerrados agora. “Tendo em vista que em período de epidemia o Laboratório Central do Estado (Lacen) só realiza exames de diagnóstico para dengue nos casos graves, os demais pacientes notificados com sintomas leves que não fizeram os exames, serão a partir de agora, confirmados por critério clinico epidemiológico”, explicou a enfermeira.

As três mortes ocorreram durante o pico da doença. As vítimas foram idosos com comorbidades. Por isso, a Secretaria da Saúde reforça a importância de sensibilizar a comunidade para o controle da doença, pois ela acomete com maior gravidade e leva a óbito principalmente os grupos de risco.

Ações não podem parar

Neste período em que o país atravessa a pandemia do novo coronavírus. associada à epidemia da dengue, as equipes do CCZ continuam nas ruas para fazer o controle e o combate ao Aedes Aegypti.

"“Nosso trabalho contra a dengue continua sem tréguas, principalmente nas regiões com maior incidência do mosquito”", disse o coordenador do Comitê da Dengue, Jean Rios. Entre as regiões mais afetadas estão o Morumbi, Lancaster, Vila C Nova, Três Lagoas, Portal da Foz, Porto Meira e Jardim São Paulo.

As ações incluem vistorias às residências, sem ingresso ao interior das casas, seguindo as recomendações para restrição de prevenção ao coronavírus; autuações em imóveis, comércio e terrenos; limpeza em bota-foras, bocas-de-lobo e galerias, entre outras. Ao visitar as residências, os agentes também informam aos moradores as linhas telefônicas do Plantão Coronavírus.

Índice de infestação diminuiu

O último LIRAa – Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti – feitoo entre os dias 9 e 12 de março em 4.839 imóveis, – apontou o IIP (Índice de Infestação Predial) de 1,32%, o menor já registrado nesta época quando comparado aos anos anteriores: 3,98% em março de 2017; 4,89% no mesmo mês de 2018; e 5,41% em março de 2019. Em janeiro deste ano, o índice chegou a 3,21%.

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