Os comerciantes e empresários de Ciudad del Este, em "comunicado à opinião pública", pedem: "Deixem-nos trabalhar em Paz".
O documento, assinado pela Câmara de Empresários, Convention & Visitors Bureau, Associação de Hotéis de Alto Paraná, Associação de Postos de Alto Paraná e Associação Rural de Alto Paraná, manifesta às autoridades locais e nacionais "profunda preocupação" com "os permanentes fechamentos de rodovias" e das casas comerciais, provocados por seguidas manifestações e protestos.
O problema é que se tornou comum, em Ciudad del Este, que praticamente toda manifestação ou protesto acabem fechando as portas do comércio e impedindo a entrada e saída pela Ponte Internacional da Amizade. Os empresários pedem que haja uma solução definitiva, como a criação de um local "mais adequado" para as manifestações.
E, nesta segunda, as manifestações contra o acordo entre a Ande e a Eletrobras, para compra de energia de Itaipu, devem ser reiniciadas, mesmo que este acordo já tenha sido cancelado.
"Rechaçamos o fechamento do corredor turístico mais importante a nível nacional e as consequências negativas que implicam com o país vizinho, o Brasil", assinala o documento, em que os empresários reconhecem o direito às manifestações, mas pedem que sejam pacíficas.
A última manifestação, no dia 14, contra o acordo entre a Ande e a Eletrobras, provocou danos em automóveis e caminhões, obrigou o fechamento das lojas do centro e "semeou desordem, caos e anarquia", diz o comunicado.
Os empresários afirmam ainda que essas manifestações, em pleno horário de trabalho, estão fazendo com que Ciudad del Leste se torne um "povo vantasma".
"Se somamos ao que já foi mencionado o bloqueio da Ponte da Amizade, privando milhares de compradores estrangeiros de realizar suas compras, já passamos a um estado de coisas que vão muito além de um descontentamento ou de um protesto justo", diz ainda o documento.
E mais: "A situação atual do Paraguai, em franca desaceleração econômica, fez com que em Ciudad del Este caíssem aa venda na maioria dos setores econômicos entre 30% e 70%".
Um representante da comissão de manifestações, Arturo Paes, diz que a luta é por uma causa nacional, mas reconhece que há pessoas infiltradas que procuram causar distúrbios e violência.
"Vamos pedir à Polícia Nacional que seja levada presa qualquer pessoa que provoque algum distúrbio desnecessário", afirma. "Queremos uma luta limpa e transparente".
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