A partir desta segunda-feira, 20, o reservatório da usina de Itaipu deverá atingir a cota de 219 metros acima do nível do mar. Com a normalização do nível, graças à água proveniente das usinas a montante (acima), Itaipu poderá aumentar a produção de energia elétrica.
Consequência: mais água rio abaixo. A previsão é que o aumento da água turbinável (que passa pelas unidades geradoras pra produzir energia elétrica) seja de até 1.500 metros cúbicos por segundo.
A usina binacional estava produzindo, desde o início das medidas de controle da pandemia de coronavírus, 40% menos do que gera normalmente, devido à queda no consumo no mercado brasileiro. Com a maioria das fábricas e do comércio fechados em quase todo o país, o consumo de eletricidade diminuiu 17%.
Além da baixa demanda, a queda na produção é também consequência direta da longa estiagem na bacia do Rio Paraná.
Abaixo de Itaipu, o Rio Paraná perdeu toda sua imponência. No leito do rio foram encontrados embarcações, veículos e muita muamba jogada por contrabandistas ao serem flagrados pela polícia brasileira.
O Iguaçu
A falta de chuvas ocorre principalmente no Estado do Paraná. O Rio Iguaçu, principal afluente do Rio Paraná abaixo de Itaipu, está com um volume de água quatro vezes abaixo do normal.
A pedido da Argentina, o governo brasileiro concordou que as usinas instaladas ao longo do Iguaçu aumentassem a produção para soltar mais água, o que começou a acontecer ao longo dessa semana.
Já o aumento da produção de Itaipu atende a um pedido tanto do governo argentino quanto do governo paraguaio. A hidrovia Paraguai-Paraná está muito afetada pela falta de chuvas, prejudicando o transporte de cargas da Argentina e do Paraguai para os portos de Buenos Aires e do Uruguai.
Nas Cataratas, na manhã deste domingo, 19, a vazão do Iguaçu é de 403 metros cúbicos por segundo. Na semana passada, estava em torno de 200 metros cúbicos por segundo, uma das menores da história. A vazão normal é próxima de 1.600 metros cúbicos por segundo.
O Parque Nacional do Iguaçu continua fechado para visitação, tanto no Brasil como na Argentina.
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