Entre amigos: Um Tributo a Elis Regina

Espetáculo em Foz promete uma viagem às grandes e emocionantes interpretações da cantora, considerada uma das maiores vozes da música brasileira.

Desde que chegou em 2015, Marina Araldi, cantora e moradora apaixonada pela fronteira, tem guardada a vontade de fazer um show que reunisse a obra de Elis Regina, a possibilidade de sentir-se em casa, entre amigos – aqueles que tocam e aqueles que são tocados – e amor.

Finalmente, o show tão esperado acontecerá. Será no dia 14 de dezembro de 2019, às 20h30 na Mansão das Artes. Os ingressos estão sendo vendidos na recepção da Mansão das Artes, na rua Pedro Basso, 450, ou diretamente com Marina, pelo telefone (45) 9 9859-0063.

A visita de dois amigos músicos da Itália, e outro de Pato Branco, à cidade, rendeu a ideia de “juntar amigos e fazer um som”.

Vem a Foz do Iguaçu, Luca Giachi (baixo) e Marcinho Pereira (bateria), de Florença (Itália), Diego Guerro (acordeon), de Pato Branco (PR), para encontrar Frank Cimino (guitarra) e a cantora Marina Araldi, neste que será um evento para ficar marcado na memória e no coração.

Quando tudo começou e o amor pela grande voz da música brasileira

Lá em 2004, era sagrado, uma vez por semana a família Araldi saía do aconchego do Rio Quieto, comunidade do interior, e ia até a cidade, Coronel Vivida (PR), para encontrar o primeiro professor de acordeon do Luciano, o mesmo que ensinou os primeiros acordes no violão para Marina. Seu Ari Motta, foi quem disse um dia: “Marina, vai na rádio e pede para gravarem em um CD, duas músicas da cantora Elis Regina. Romaria e Como nossos pais”.

Aos 9 anos, quando Marina Araldi deu seus primeiros passos no que hoje se tornaria sua vida e profissão, entoava repetidas vezes, no rádio do pai Jailton, Como nossos pais. A voz da Pimentinha soava como sua própria intuição. Um grito tão afinado que só fazia a aspirante a cantora querer abrir o peito, soltar a voz e falar à outras Marinas.

Os anos passaram, Marina mudou-se para Foz do Iguaçu, formou-se em Jornalismo, e é claro, a música esteve presente no Trabalho de Conclusão de Curso. A música a favor da comunicação. Marina usou a letra de O Bêbado e a Equilibrista, composição de Aldir Blanc e João Bosco, lançada por Elis no disco Essa Mulher, em 1979, para fazer exatamente o que disse sua professora, em 1982. O trabalho analisou a obra, discursiva e semioticamente, destrinchando frase por frase, para compreender o papel da música de protesto como manifestação de resistência ao regime ditatorial imposto na época.

“Minha missão é cantar. É dizer para as pessoas coisas que elas não sabem e aprender outras que eu não sei”. (Elis Regina, 1982)

Cada nota cantada inspira a jovem cantora. “Elis foi a primeira a influenciar meu modo de cantar, pensar e me posicionar. Elis é sinônimo de força, coragem em ser mulher e enfrentar os medos e a carga imposta em uma sociedade que exige tanto das mulheres. Àquela que levou em sua carreira a missão de ser porta-voz de grandes compositores, falando de Brasil, de samba, de povo e da força feminina, minha eterna admiração. Elis é representatividade para muitos, e me orgulha ter nascido no mesmo país que esta mulher. ” Marina Araldi.

Foto: Divulgação

 

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