
H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta
Em quanto tempo dá pra fazer de carro o percurso Foz do Iguaçu-Curitiba? Com trânsito bom, parando pouco e cumprindo as leis de trânsito, umas boas oito horas. Um carro a gasolina faz o trecho com um tanque de 50 litros, por exemplo, e pode até sobrar um pouco de combustível.
E se a viagem for num carro elétrico? Vai depender da autonomia, claro. Mas dá pra colocar as mesmas oito horas, acrescidas das paradas de abastecimento, feitas num dos eletropostos existentes ao longo da BR-277. É, o Paraná está avançado nesta área: graças à Copel e à Itaipu Binacional, o Estado tem a maior eletrovia do Brasil.
Voltemos à questão da viagem. Segundo matéria distribuída pela Agência de Notícias do Paraná, do governo do Estado, cada eletroposto permite carregar 80% da bateria da maioria dos carros elétricos num prazo entre meia hora e uma hora. Os modelos existentes rodam entre 150 e 300 quilômetros a cada carga.
Muito tempo
O modelo com mais autonomia, de 300 quilômetros, terá que parar duas vezes, no meio da viagem e perto do final, pra ter energia suficiente no trânsito urbano que irá enfrentar. Digamos que, se levar sorte, vai gastar uma hora ou duas a mais na viagem toda.
Já se a autonomia do carro for de apenas 150 km, serão quatro ou cinco paradas, o que pode gerar um acréscimo de até cinco horas no tempo final da viagem. É muita coisa.
Custo zero
Mas tem uma vantagem (e grande): você não vai pagar nada para abastecer nos 12 eletropostos existentes nos 730 quilômetros de extensão da eletrovia, entre Foz e Paranaguá. Por baixo, ida e volta, uma economia de uns R$ 400.
Mas, mesmo se tivesse que pagar, o motorista não seria esfolado. Cada recarga teria um custo de R$ 6,75. Portanto, mesmo no carro com menos autonomia, o custo final não chegaria a R$ 80,00, ida e volta entre Foz e Curitiba.
Por enquanto, como ainda é um projeto de pesquisa, o custo é zero. Para quem sai de Foz, há um eletroposto na cidade e outros em Matelândia, Cascavel, Ibema, Laranjeiras do Sul, Candói, Prudentópolis, Fernandes Pinheiro, Irati, Palmeira, Curitiba e Paranaguá.
Um ano de eletrovia
A matéria da Agência de Notícias do Paraná faz um balanço do primeiro ano de operação da eletrovia. No total, os eletropostos fizeram 330 recargas, a maioria – 230 – em Curitiba, no polo KM3 da Copel. E o maior consumidor foi um ônibus municipal.
Cada eletroposto, segundo a ANPr, tem 50 kVA (kilovoltampere) de potência – o equivalente a dez chuveiros elétricos ligados ao mesmo tempo – e três tipos de conectores, próprios para atender os modelos de carros elétricos ou híbridos disponíveis no Brasil.
O investimento da Copel na eletrovia foi de R$ 5,5 milhões no projeto, com recursos de pesquisa e desenvolvimento.
“É um marco muito importante para a Copel, pois estamos saindo na frente em relação à mobilidade urbana e à descarbonização, temas que se tornaram uma prioridade mundial”, afirma o presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero.
Isenções
Com a eletrovia e mais as isenções de impostos, seria possível ter um carro elétrico a um custo bem mais acessível. O governador Carlos Massa Ratinho Júnior já assinou um projeto de lei que prevê alíquota zero de IPVA para os elétricos (hoje é de 3,5%). E vai pedir ao Conselho Nacional de Política Fazendária que autorize o Estado a isentar o ICMS desses veículos.
Já há algum tempo o carro elétrico – nenhum é fabricado no Brasil – foi isentado do imposto de importação. Mas continua a pagar 25% de IPI e mais 11% de PIS/Cofins. Estuda-se a redução do IPI para 7%, o que já diminuiria bastante o valor final.
Sem essas isenções, o carro elétrico continuará sendo muito caro para o consumidor brasileiro. É por isso que existem apenas cerca de 7 mil elétricos emplacados no Brasil, enquanto na China já são mais de um milhão e nos Estados Unidos perto de 650 mil.
O mais barato

Por falar em custos, sabe qual o preço do carro elétrico mais barato do Brasil? R$ 139.990, segundo as revistas especializadas em carros. Este é o valor do JAC iEV 40, que a JAC Motors trará da China ainda neste primeiro semestre. A pré-venda já começou. Quem se habilita?
Carro elétrico, como conclui a matéria da Agência de Notícias do Paraná, é uma tendência automobilística internacional. E mais: "atende ao Acordo de Paris, que exige novas soluções de geração e consumo de energia baseadas em fontes renováveis e tecnologia sustentável".
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