Contra a dengue, Ministério Público do Paraguai “radicaliza”: prisão pra quem não limpar terrenos

Com um caso confirmado de morte por dengue, oito em análise e apenas um quase descartado, epidemia de dengue tem cada vez mais doentes.

O primeiro caso de morte por dengue foi confirmado em laboratório no Paraguai. A vítima é uma mulher de 61 anos, que morava na cidade de Mariano Roque Alonso, na região metropolitana de Assunção, área mais atingida pela epidemia de dengue que o Paraguai enfrenta.

Há ainda outros nove casos de mortes por suspeita de dengue em análise. Só um deles está quase descartados, segundo o Ministério da Saúde Pública do Paraguai.

Desde o início de 2019 até agora, já há 11.391 casos registrados de dengue, dos quais 992 foram confirmados em laboratório. Mas o número pode ser maior, já que muitos doentes não procuram auxílio médico e outros ainda não apresentaram sintomas.

O pico da epidemia está previsto para daqui a duas semanas, já em fevereiro, segundo o Ministério de Saúde Pública.

Há o temor de que haja uma epidemia igual ou maior do que a de 2013, quando foram confirmados mais de 130 mil casos de dengue, além de 150 mil suspeitos, com 252 mortes. Números apavorantes, para um país de apenas 6,7 milhões de habitantes.

Este temor levou o Ministério Público do Paraguai a anunciar, nesta quinta-feira, 16, inspeções e sanções administrativas, além de abertura de processos penais contra pessoas que não limpam seus terrenos baldios.

As sanções vão desde multa a pena de prisão de até cinco anos, de acordo com cada caso.

O Ministério Público informou que os proprietários de terrenos baldios e moradias desocupadas serão notificados e terão prazo de 24 a 48 horas para providenciar a limpeza e a eliminação de criadoutos de mosquitos, para não sofrerem processos penais.

As notificações serão enviadas, também, a todos os locais que podem representar risco de criadouros, como ferro-velhos, borracharias e similares, que precisarão se adequar às normas ambientais, também sob risco de processos penais.

No caso de moradias abandonadas ou lugares habitados, mas com alta infestação de mosquito da dengue e onde não haja cooperação dos moradores, haverá inspeções com ordem judicial e os proprietários serão prprocessados.

Pelo telefone

Desde que o número de telefone 911 foi colocado à disposição dos moradores, esta semana, para informar sobre focos de mosquitos ou potenciais criadouros, a população já apontou 1.800 locais.

Esses locais são repassados ao Ministério Público e ao Serviço Nacional de Erradicação do Paludismo (Senepa) ou, também, para as prefeituras, já que o atendimento é nacional.

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