Os avanços e os limites das máquinas no trading

Em seu livro Homo Deus, publicado em 2015, o historiador israelense Yuval Harari (mais conhecido pelo best-seller Sapiens) aborda o que ele chama de uma “tecnorreligião”: o dataísmo.

Segundo Harari, os dataístas creem que “o Universo consiste num fluxo de dados”. Por serem os algoritmos os responsáveis pelo processamento de dados, tudo pode ser aperfeiçoado quando se conta com algoritmos suficientemente sofisticados.

Um setor da sociedade em que a fé nos algoritmos eletrônicos impera é o mercado financeiro. Desse modo, para muitos operadores é essencial ter um software de negociação de ponta, como o MetaTrader 5, que lhes forneça indicadores técnicos, automatize processos e identifique os padrões de negociação de outros operadores. Esses são recursos valiosos para qualquer trader, mas principalmente para os adeptos do mirror trading.

O que é o mirror trading

O termo mirror trading pode ser traduzido como “negociação de espelhamento”. Segundo o dicionário Aulete, um dos possíveis significados do verbo espelhar é “Tomar como modelo”. É exatamente isso o que os mirror traders fazem. Após selecionar uma estratégia de negociação (a qual depende muito do quão conservadores ou arrojados desejam ser), esses traders seguem operadores que a põem em prática de maneira bem-sucedida.

Todo esse processo reforça a importância dos softwares. Ao falarmos de algoritmos, já nem nos preocupamos mais em fazer a distinção entre os naturais e os não naturais; está bastante clara a superioridade destes em relação àqueles. Quando o próprio Harari diz “Nem sua mãe conhece você melhor do que o algoritmo”, o que ele quer dizer é que nenhuma mente humana processa dados tão bem quanto uma máquina.

O mirror trading da “velha guarda”

Qualquer um que desejasse realizar mirror trading por conta própria (isto é, sem o auxílio de um software de negociação) logo perceberia a impraticabilidade dessa abordagem. O primeiro desafio que esse especulador precisaria contornar seria o de encontrar uma maneira (legal, obviamente) de identificar um ou mais operadores que tenham obtido resultados interessantes com a mesma estratégia que ele escolheu seguir.

Em seguida, esse nosso hipotético mirror trader precisaria analisar as informações obtidas e reconhecer padrões de operação. Mesmo aquelas pessoas que treinam a si mesmas para tomar decisões rápidas levariam bastante tempo para realizar esse processo. Já um bom software não só faz tudo isso sem demora como acompanha em tempo real os movimentos dos traders escolhidos e os replica de forma praticamente instantânea.

O lado humano ainda conta (e muito)

Onde entra o fator humano em tudo isso? Em primeiro lugar, na própria formulação dos algoritmos. É papel do programador impôr a um software restrições para que este não obtenha dados sem o consentimento de terceiros. Outra questão é a escolha dos ativos a serem negociados. Caso haja preferência por determinadas ações, por exemplo, é papel do operador dizer a um algoritmo quais são elas.

Para alguns dataístas, mesmo questões como as que mencionamos no parágrafo anterior cedo ou tarde serão resolvidas de forma totalmente objetiva. Mas para os que pensam assim vale um conselho dado por Harari: investir em autoconhecimento. Um algoritmo eletrônico pode até saber o que é melhor para nós em certas situações; mas o valor desse tipo de informação só será reconhecido por

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