Paulo Bogler | OPINIÃO
O aniversário de 110 anos de Foz do Iguaçu é a festa das ausências, sem agenda de inaugurações ou anúncios de novos investimentos. E na última vez que sobe ao palanque das comemorações oficiais pela emancipação do município em sua gestão, Chico Brasileiro (PSD) soterra a Fartal (Feira de Artesanato e Alimentos), que já foi a maior festa popular da cidade, que mantém identidade com o morador formada ao longo de quatro décadas.
O começo do fim, pelo menos até a chegada de novos gestores, estava escrito. Sem debate, alegando restrições do orçamento municipal bilionário, a prefeitura não fez a feira em 2022. No ano seguinte, na 44.ª edição, mudou-a de lugar, realizando uma programação menor, limitada, que terminou com adiamento de show e repleta de críticas à organização.
A Fartal foi cancelada neste ano simbólico de 2024, em que Foz do Iguaçu completa 11 décadas de história. Quem foi consultado? Quem decidiu? O prefeito e nem meia dúzia de ocupantes de cargos do primeiro escalão, bem remunerados pelo erário.
Ocorre que a tradicional feira seria empurrada para o Centro de Convenções, distante da região central e de difícil acesso desde os bairros – a imaginar uma família iguaçuense deslocando-se de transporte coletivo da Vila C para festejar a sua cidade. E com a rodovia que leva a esse equipamento distante em obras, com intervenções na pista da Rodovia das Cataratas.
O prefeito se antecipou ao fracasso, abraçou-se à saída mais fácil, que foi cancelar a Fartal. Também fugiu às inevitáveis comparações com festas populares de cidades vizinhas, muitas delas inadequadas, pelo menos quanto ao formato, mas coerentes sobre a capacidade de planejamento, organização e realização na administração pública.
O argumento oficial para o desmanche foi a destinação de parte do dinheiro da feira, R$ 1 milhão, para o Rio Grande do Sul. Esse recurso é obtido da simples obediência à decisão da Justiça, ocorrida já em agosto do ano passado, que determinou ilegal o pagamento de verba de representação a 230 cargos comissionados sem concurso, os CCs da prefeitura.
Esse volume de indicações políticas vinha custando ao contribuinte pelo menos R$ 1,8 milhão por mês, apenas em salários acrescidos de gratificações, sem encargos e outros rabichos. Conta da área técnica da Câmara Municipal revela que, eliminada apenas a verba de representação dos CCs, como sentenciou o Tribunal de Justiça do Paraná, a economia soma R$ 7 milhões até dezembro, sete vezes o valor retirado da Fartal. Isso sem reduzir o alto número de contratados.
A Fartal não é o único evento para a comunidade solapado pelos gerentes do município. O Carnaval da Saudade foi engolido. A Feira do Livro, que chegou a figurar entre as grandes iniciativas culturais iguaçuenses, vive de soro. Recorremos ao barão, o de Itararé: “De onde menos se espera, daí é que não sai nada.”
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Não dá para esperar coisa boa vindo dessa turma que manda na prefeitura (representada na foto). Simples assim.
Ha muito por fazer …precisamos de tratar a cidade pelo tamanho que ela é…existe orçamento e e gigante …2° maior do Paraná… A educação e saúde vai mal e preciso urgência… A fartal tem que voltar aos moldes simples para o povo como sempre foi … O carnaval da saudade também….
Eu nao sei nao viu. Tantos gastos desnecessarios horrivel ……horrivel………esse mundo todo de dinheiro rapaz. Fica assim como dizem aqueles esclarecidos que quando vem daquele lado e o que acontece.
Só mentiras inclusive em execução de asfalto aqui e só uma casca pra ingles vê e o dinheiro some
Brincam com o povo. Brincam com orçamentos, Brincam de administrar uma cidade, parece que não existe MP, câmara de oportunistas( vereadores) , enfim, entregue às moscas.