Nem seria preciso responder. Nada. É quase impossível conseguir uma investigação do caso.
Se você procurar na Internet por “envenenamento de gatos” ou de cães, vai encontrar notícias sobre pessoas presas por este crime. Mas dificilmente a prisão será resultado de investigação, mas sim de denúncia quando o criminoso foi flagrado e há provas contra ele.
Veja estes dois exemplos:
Suspeito de matar gatos por envenenamento é preso no Norte de SC
Polícia prende tenente e mãe suspeitos de matar diversos animais no Sul de Minas
Já o psicopata que matou 10 gatos que viviam num terreno baldio no Jardim Tarobá, em Foz, vai ficar sem punição.
Larissa Mardurkiewicz, que fez a denúncia via H2FOZ, simplesmente desistiu.
Ela havia procurado o Centro de Controle de Zoonoses, que foi buscar os corpos dos gatos mortos no mês passado (outro foi envenenado na terça-feira, 5). Mas o CCZ apenas verificou se a causa da morte foi um uma zoonose, como a raiva. O CCZ faz parte da Saúde Pública e sua atuação é nesse sentido.
A chefe do CCZ orientou que casos assim sejam denunciados à polícia, com um boletim de ocorrência. Como publicamos aqui, há um telefone da Polícia Militar que recebe, entre outras, denúncias sobre maus-tratos a animais domésticos – o 181.
Larissa ligou e lhe disseram para acionar o telefone 197, da Polícia Civil. Nesse númer, foi informada, que deveria procurar uma delegacia de polícia pessoalmente.
Antes de ir, Larissa telefonou. Mas lhe disseram que, para B.O., precisaria levar fotos e um atestado confirmando o envenenamento, o que só conseguiria num veterinário – e pagando, é claro.
CORPO “SUMIU”
O problema é que os corpos já tinham sido levados pelo CCZ, que não apura outro tipo de causa da morte que não seja por doença transmissível.
E o corpo do gato que morreu na terça-feira, que ela tinha posto numa caixa de papelão para o CCZ buscar, havia sumido quando os funcionários chegaram.
Larissa descobriu, mais tarde, que um vizinho havia levado a caixa com o gato para um lixeira do outro lado da rua. Fica até a suspeita de que pode ter sido o próprio psicopata, temeroso de que seriam iniciadas investigações.
Por fim, em tom de desalento, Larissa contou, em mensagem pelo WhatsApp, que desistiu.
“Mesmo num caso em que vários bichos morrem, mesmo assim o pessoal não faz nada. Não só é demorado (fazer a denúncia) como não dá resultado”, lamentou a jovem.
REPERCUSSÃO
Larissa agradeceu, de qualquer forma, a publicação da reportagem, porque pelo menos as pessoas tomaram conhecimento do que houve. E muita gente – acrescentamos – se revoltou, tanto em comentários nas redes sociais como até em emails ao H2FOZ.
Carmen de Bizet, por exemplo, contou que onde ela mora esse tipo de crueldade também acontece.
O e-mail dela:
Li a matéria sobre o psicopata que envenenou os bichanos. Um canalha desses merece ficar preso por um bom tempo.
Aqui no Jardim Ipê, perto do condomínio Arco Di Roma, também sumiram alguns gatinhos.
Adotei um gato preto, que andava à noite pela vizinhança. Um certo dia, não apareceu mais. Passava o dia inteiro em casa, só saía à noite e voltava de madrugada, sempre.
Alguns outros gatos que vinham de vez em quando no nosso jardim, também desapareceram.
Eu fico indignada com seres humanos tão insensíveis e sem coração que maltratam qualquer tipo de animal.
O QUE FAZER?
Vai um recado ao psicopata: desta vez você escapou. Mas leia as matérias linkadas acima, para ver o risco que correu. Uma boa cadeia iria te ensinar a pelo menos respeitar os animais e quem gosta deles.
A matéria anterior:
Comentários estão fechados.