Agilidade na entrega de ração, retorno das castrações e o acompanhamento das denúncias de maus-tratos fazem parte das cobranças.
Protetores independentes que cuidam de animais em Foz do Iguaçu protestaram na frente da prefeitura nesta segunda-feira, 12. Fazem parte das cobranças a agilidade na entrega de ração, o retorno das castrações e o acompanhamento pelo poder público das denúncias de maus-tratos.
Os participantes da manifestação usavam nariz de palhaço e expunham faixas e cartazes com a pauta do movimento. O objetivo era ter uma audiência com o prefeito Chico Brasileiro (PSD), o que não aconteceu. Três representantes dos protetores reuniram-se com o diretor de Bem-Estar Animal da prefeitura, Amadeu Trevisan, e com a chefe de Gabinete, Elaine Anderle.
“Falaram que vão começar a distribuir amanhã a ração de gato, que estava estocada desde 14 de junho”, relatou Elisa de Fátima Vartha, uma das organizadoras do protesto. “Na verdade, irão visitar quem tem gatos e levarão uma pequena quantia de ração, a princípio, até que finalizem o cadastro de todos, sabe-se lá quando”, desabafou.
Diretoria cobrada
A atuação da Diretoria de Bem-Estar Animal foi bastante questionada durante o protesto. “Está nomeada desde janeiro de 2021, recebendo para fazer licitação de ração e castração, e já faz seis meses isso”, resumiu Elisa, a crítica que era uma das mais contundentes na frente da prefeitura.
“Fizeram as licitações para ração e castração. Então resolveram refazer o cadastro e visitas para ver a quantia de animais dos protetores. Tiveram seis meses pra fazer isso, e não fizeram”, cobrou. Segundo ela, a verba para rações e castrações é de emendas impositivas da legislatura passada da Câmara Municipal, “disponível desde janeiro” deste ano, apontou Elisa.
Maus-tratos
Escriturária e protetora independente há mais de dez anos, Elisa tem sob seus cuidados 20 cães e 16 gatos. “Sempre desejamos uma diretoria ou órgão que atendesse denúncias de maus-tratos. Quando essa diretoria foi criada, ficamos felizes, pois enfim nossos animais teriam amparo, pensamos”, revelou.
“Mas o diretor Amadeu Trevisan falou que não poderiam ir verificar as denúncias de maus-tratos a animais sem um veterinário, sem um fiscal, que não tinha atribuição para isso. É conversa para enrolar protetores”, ressaltou. “Se quem for verificar a denúncia estiver, em 70% dos casos a situação é resolvida com uma boa conversa”, apontou.
“Sabe como nós, protetores, atendemos denúncias de maus-tratos? Com a cara e a coragem, carro próprio e combustível do bolso”, desabafou Elisa. “Muitas vezes, somos xingados e ofendidos, e mesmo assim vamos. Por isso a importância de uma diretoria operante. Quando temos sorte, contamos com um policial que nos auxilia”, completou.
Retrocesso
A protetora afirmou que há um retrocesso nas políticas de proteção animal em Foz do Iguaçu. Conforme Elisa, antes da criação da Diretoria de Bem-Estar Animal pelo prefeito, em janeiro deste ano, o Conselho Municipal de Proteção Animal e a Secretaria da Agricultura já haviam feito os procedimentos para a compra de ração e castrações. “Era só a diretoria dar continuidade, mas recomeçaram tudo de novo”, disse Elisa.
Outro lado
A assessoria da prefeitura optou por posicionar-se por meio de nota à reportagem. Confirmou que a Diretoria de Bem-Estar Animal iniciará, nesta terça-feira, 13, a “vistoria nas casas dos protetores de animais e está avaliando a possibilidade legal de entregar uma parte da ração juntamente com o termo de vistoria”.
Quanto às castrações, “nos próximos dias deve ser homologada a contratação da empresa que fará os procedimentos cirúrgicos dos animais. A contratação da empresa Petbrazil está no setor de contratos para as assinaturas do documento”, diz a nota enviada ao H2FOZ.
Diretoria Bem-Estar Animal, expõe a nota da prefeitura, “está oficializando com a Secretaria Municipal da Fazenda a designação de um fiscal para atuar de acordo com as determinações do Grupamento de Defesa Ambiental”. Esse servidor deverá atuar nas denúncias de maus-tratos a animais.
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