Um novembro mais seco do que o normal é a expectativa pra todo o Paraná, incluindo Foz e excluindo o Litoral.
O temporal previsto pelo Inmet, para o período da manhã de sábado até o final da manhã de domingo, 31, não veio. O Inmet errou, felizmente.
E não só o Inmet apontava temporais, como dois outros também: Sistema Faep e AccuWeather. O Climatempo e o CPTEC/Inpe previam chuva. Só o Simepar apostava em secura. Venceu a “competição”.
Para o domingo, o placar era de 4 x 3 a favor da chuva (apostavam nela o Climatempo, o Tempo Agora e o Sistema Faep, além do Inmet. Contra: Simepar, AccuWeather e CPTEC/Inpe. Venceu a minoria.
PRIMEIROS DIAS DO MÊS
Para esta segunda-feira, nenhum dos sete serviços prevê chuva. Pra terça-feira, 2, só um (confira abaixo). E pro mês inteiro, a impressão que a meteorologia passa é de que será menos generoso que outubro, quando as chuvas voltaram ao Paraná.
Confira:
Inmet: Chuvas isoladas de quarta a sexta-feira. Temperaturas de verão, com mínima de 23 e máxima que pode chegar a 37 graus durante a semana. Nesta segunda e terça, sem chance de chuva.
Simepar: Chuva fraca quinta e sexta-feira. Temperaturas entre 21 e máxima de 31 graus. Pouca chuva prevista até o dia 15 deste mês.
Climatempo: Temperaturas entre 22 e 36 graus ao longo da semana. Pancadas de chuva de terça a sábado. Pouca chuva ao longo desta primeira metade de novembro.
AccuWeather: Temperaturas entre 20 e 34 graus na semana.De quinta a domingo, possibilidade de tempestades.
CPTEC/Inpe: Baixíssima possibilidade de chuva, não só na semana mas até 13 de maio. Temperaturas entre 22 e 36 graus em todos esses dias.
Tempo Agora: Chove na quarta, quinta e sexta-feira. Temperaturas na semana variam entre 18 e 34 graus.
Sistema Faep: Chove pouco de quarta a domingo. Temperaturas variam entre 20 e 33 graus na semana.
É o único serviço que faz previsão estendida para 30 dias. Hoje, primeiro dia do mês, se tem o panorama de novembro inteiro. Serão 18 dias com possibilidade de chuva, quase todas fracas. No dia 11, chuva moderada (quase 20 mm); no dia 12, chuva forte (50 mm).
NA CAPITAL
Para o Rio Iguaçu, é mais importante que chova em Curitiba e região, por exemplo, do que em Foz do Iguaçu. Segundo o Sistema Faep, na capital a previsão é de chover fraco em 29 dias de novembro. Pouca coisa, mas significativo pela persistência, se confirmada.
Já o CPTEC/Inpe prevê, até o dia 12, chuva apenas nesta segunda, na quarta e na quinta-feira.
Pro Tempo Agora, chove na Capital – fraco – durante 11 dias, até dia 15.
E o Simepar, pra citar apenas mais um serviço de meteorologia, aponta possibilidade de chuva em quatro dias, até 15 de novembro. Inclusive nesta segunda, quando já amanheceu com chuva.
HIDRELÉTRICAS
Como já estamos cansados de saber, precisamos de muita chuva, ao longo dos próximos meses, para compensar quase dois anos com chuva abaixo da média e longas estiagens.
Nas usinas hidrelétricas da bacia do Rio Iguaçu, os níveis dos reservatórios estão razoáveis. As usinas de Foz do Areia e Salto Segredo, por exemplo, estão com os reservatórios com mais de 50% da capacidade útil. Salto Osório, com mais de 90%. Salto Santiago está pior, com pouco mais de 30% do volume útil.
Mas, das 11 usinas da bacia do Rio Iguaçu, a única que turbina (produz energia) mais água do que recebe, isto é, utiliza reservas, é a do Baixo Iguaçu, a última e a mais próxima do Parque Nacional do Iguaçu.
O motivo é exatamente este: é a última da sequência de usinas e pode aproveitar toda a água que chega e até usar reserva. É que a usina é do tipo “a fio d´água”, com reservatório pequeno, necessário apenas para operacionalizar a geração.
As outras 10 usinas geram menos do que a capacidade, na maior parte do dia, e desligam as turbinas por longas horas, o que permitiu aumentar o nível dos reservatórios, com a volta das chuvas. Mas não dá pra manter a operação em plena carga, sem a garantia de muita chuva.
E não há previsão disso. Novembro será mais seco, como já adiantou em setembro o meteorologista do Simepar Lizandro Jacobsen. A exceção é o Litoral do Estado onde, aliás, já há até alagamentos.
Quer dizer, uma primavera mais seca do que o normal vai reforçar o déficit hídrico de todo o Paraná.
E, tal como foi anunciado em setembro, novembro as temperaturas iriam subir até atingir índices próximos aos do verão, em especial no Oeste do Estado.
Calor e pouca chuva, uma combinação ruim num tempo de déficit hídrico, com escassez de água nos reservatórios de abastecimento humano e das hidrelétricas.
CATARATAS
A água liberada pela usina do Baixo Iguaçu, depois de turbinada, é que vai permitir às Cataratas ter (ou não) uma boa vazão.
A desta segunda-feira, 1, é muito boa, embora abaixo dos níveis considerados normais, entre 1.400 e 1.600 metros cúbicos por segundo. Às 10h, a vazão estava em 1.060 metros cúbicos por segundo.
Nos últimos tempos, não tem ficado abaixo de 1.000 metros cúbicos por segundo, o que garante o espetáculo que o turista geralmente já viu em fotos em vídeos.
Os cuidados que as usinas da bacia do Iguaçu tomam é tentar armazenar mais água, mas sem deixar de gerar o suficiente para que a água turbinada mantenha a vazão nas Cataratas perto do nível normal. Se parassem a geração por mais tempo, poderiam mudar todo o cenário do Parque Nacional do Iguaçu.
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