Seca vai continuar. E temperaturas, em Foz, voltam às alturas

Se chover nos próximos dias, será coisa rápida. Mas maioria dos serviços nem isso prevê.

Se chover nos próximos dias, será coisa rápida. Mas maioria dos serviços nem isso prevê.

Nem os meteorologistas sabem o que prever, mas uma coisa é certa: fevereiro vai ter menos chuvas do que a média histórica para o mês, tanto em Foz do Iguaçu como no Paraná todo, com exceção, talvez, do Litoral.

Para os próximos dias, se chover será coisa rápida e localizada. Chove aqui e não ali, não chove lá e nem acolá. E as temperaturas voltam a ser como muita gente gosta e muita gente odeia: muito altas.

Vejamos o que prevê cada serviço:

Simepar: chuva só na quinta e sexta-feira, dias 16 e 17. Pouca coisa: a soma das precipitações, nos dois dias, não passa de 6 milímetros. Temperatura vai pra 38 graus na quarta-feira, 16.

AccuWeather: nada de chuva de hoje até o dia 24. Temperatura chega aos 36 graus hoje e amanhã e a 38 graus na terça e na quarta-feira.

CPTEC/Inpe: nada de chuva até o dia 25. Máximas na semana serão de 36 graus na terça e na quarta-feira.

Inmet: pelo menos até quinta-feira, último dia da previsão estendida, não chove. Máximas de 39 graus na terça-feira e de 40 graus (!) na quarta.

Sistema Faep: chove na quinta-feira. Do dia 24 em diante, possibilidade de chover todos os dias. Temperatura máxima prevista na semana é de 33 graus na quarta-feira.

Climatempo: é o único que prevê chuva (pancadas) já pra este domingo, o que deve se repetir na terça, na quarta e na quinta-feira.

Vamos torcer para que os meteorologistas do Climatempo acertem, porque dá uma pena ver as plantas torrando ao sol. Se tivessem perninhas, certamente elas se moveriam para algum lugar mais fresco, debaixo de uma árvore (desde que as árvores não tivessem pernas).

RIOS SECAM

Em pouco mais de dois meses, as margens ficaram cada vez mais perto do leito do rio.

As duas fotos, a que abre esta matéria e a que está logo acima, mostram como a falta de chuvas agrava a situação dos rios que cortam o Paraná. Ambas foram feitas pelo fotógrafo Rubens Fraulini, da Divisão de Imprensa de Itaipu, para mostrar o avanço das obras da Ponte da Integração, que unirá Foz do Iguaçu a Presidente Franco, no Paraguai.

A primeira foi feita no dia 24 de novembro, quando, por sinal, o Paraná já estava com nível abaixo do normal; a outra foi feita em 31 de janeiro.

As obras da Ponte da Integração vão bem. Mas o rio… Em pouco mais de dois meses, é visível o recuo das águas, deixando cada vez mais à mostra as margens daquele que era chamado carinhosamente de Paranazão.

Se alguém fotografar o rio naquele mesmo ponto, hoje, certamente verá que a margem está cada vez maior. E o rio virou um fiapo.

NÍVEIS BAIXOS

Os números mostram isso: em Guaíra, levantamento feito pelo Instituto Ambiental do Paraná, na quinta-feira, mostrava que o Rio Paraná estava na cota de 96 metros acima do nível normal, bem abaixo da cota média, que é de 137 metros.

Na Ponte da Amizade, conforme a Divisão de Hidrologia de Itaipu, o rio estava no sábado 12 metros abaixo da cota normal. Neste domingo, 13, previsão é que a cota oscile até um metro abaixo da registrada no sábado.

O mapa com as estações telemétricas que medem o nível dos rios paranaenses está quase todo em vermelho. As marcações com triângulo vermelho representam os locais onde o nível está mais baixo que a cota média; em verde, aqueles em que a situação está normal ou acima da média.

Triângulos verdes escasseiam no mapa dos rios paranaenses.

As exceções são rios do Litoral do Estado, em Cerro Azul (região de Ponta Grossa, rio com este nome) e em Sengés, na divisa com São Paulo.

O Rio Iguaçu, que forma o mais importante atrativo do Paraná, as Cataratas, está na cota de 71 metros acima do mar, em São Mateus do Sul, quando a cota média é de 127 metros. Em Porto Capanema, está na cota 159, quando a média é de 287 metros acima do nível do mar.

Na estação telemétrica Hotel Cataratas, no Parque Nacional do Iguaçu, a cota está em 97 metros – a média é de 167 metros.

E assim acontece com todos os demais rios, das várias bacias existentes no Estado.

MAIS SECA

E a tendência é mesmo esta, de o nível dos rios que cortam o Estado continuar abaixo da cota normal.

Porque vai chover, em fevereiro, bem menos do que a média histórica. Até pior do que já se pensava.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que coordena e controla a operação de geração e transmissão de energia no Brasil, reviu para baixo a previsão de chuvas para o Sul do País, de 38% para 34% da média histórica para fevereiro.

Felizmente para o setor elétrico, embora também tenha havido uma redução na previsão para o Sudeste e Centro-Oeste, caiu de 108% para 103% da média histórica, em relação à previsão anterior. No Norte, choverá 164% acima da média e no Nordeste 130%.

O problema é o Sul, que já vive dois anos de estiagem, com prejuízos para a safra agrícola e problemas de abastecimento de água, em algumas regiões.

EM CURITIBA, MELHOROU…

No Paraná, como a distribuição de chuvas foi muito irregular, em janeiro e neste mês, a situação melhorou na região de Curitiba, onde as barragens de abastecimento recuperaram seus índices.

Pra interromper o rodízio no fornecimento de água, a Sanepar anunciou em janeiro que seria necessário que o Sistema de Abastecimento de Água Integrado de Curitiba chegasse a 85%. Passou um pouco disso, está em 85,85%.

O sistema é formado por quatro barragens. A Barragem Piraquara 2 já chegou ao seu nível máximo, de 100%; a Barragem Iraí está perto disso, com 97,45%; a Piraquara 1 também vai no caminho certo, com 86,61%. Só a do Rio Passaúna ainda está em nível baixo, com 64,17% de sua capacidade de reserva.

O Oeste e o Norte do Paraná são as regiões mais prejudicadas pela longa estiagem.

Que ainda não acabou.

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