O país vizinho, assim como todo o Sul do Brasil, enfrenta dois anos seguidos de forte estiagem.
De um lado, os rios Paraná e Paraguai, fundamentais para o comércio paraguaio, cada vez mais baixos. De outro, incêndios florestais, que consomem o verde de áreas protegidas.
Os problemas ambientais geram também uma preocupação econômica. A seca “cozinhou” a soja, na expressão do jornal ABC Color.
Resultado: uma queda que pode chegar a 27% no setor agrário, o que faria o Produto Interno Bruto do país a crescer apenas 0,7% em 2022, conforme análise da Consultora MF.
QUEIMA DE CASAS
A vegetação está tão seca, em boa parte do Paraguai, que meninos que brincavam com fogos de artifício (petardos) acabaram provocando incêndio numa pastagem, em Presidente Franco, na segunda-feira, 27. O fogo se alastrou e atingiu três moradias de madeira, que queimaram totalmente, como noticiou o Última Hora.
Já o ABC Color traz a informação do Ministério do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável sobre mais de 140 focos de incêndio no país, na terça-feira, 28. Desse total, 39 focos estavam em áreas protegidas,
Os meses que trazem maior preocupação quanto ao risco de incêndios florestais são agosto, setembro e novembro, já que o término do inverno gera biomassa seca no ambiente, que funciona como combustível. A isso se somam as altas temperaturas e a seca, que prosseguiu em novembro e dezembro.
O Instituto Florestal Nacional recomenda não deixar fragmentos de vidro, cristal ou garrafas sobre o solo, que com a luz do solo podem incendiar a vegetação.
Não se deve jogar também guimbas de cigarro pela janela do carro, evitar fogueiras e queima de lixo.
Um dos problemas é que muitos agricultores paraguaios ainda utilizam as queimadas para preparar o solo para o próximo plantio. Muitas vezes, o fogo foge do controle e acaba atingindo matas próximas, destruindo ainda mais a já precária proteção verde do país, como também acontece no Brasil.
RIOS
Os rios Paraguai e Paraná, fundamentais para as exportações e importações do país, via Argentina e Uruguai, estão com os níveis cada vez mais baixos, desde a Ponte da Amizade até os trechos abaixo da usina binacional Yacyretá.
Ao longo do ano, foi preciso operações especiais, viabilizadas por Itaipu, para permitir que o Paraguai enviasse aos portos sua produção agrícola. Se a estiagem persistir, será quase impossível repetir essas operações.
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