Na madrugada deste sábado (23), às 3h50, teve início a primavera de 2023, com previsão de dias quentes e chuvas acima da média em Foz do Iguaçu e grande parte do Paraná. A projeção é do Simepar, órgão de meteorologia paranaense.
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Conforme o boletim para a estação, “neste ano, um El Niño [fenômeno que esquenta as águas oceânicas e provoca mudanças nas correntes de vento] de intensidade moderada a forte está em curso sobre o Oceano Pacífico Equatorial”.
O aumento da temperatura média e da umidade do ar gera condições propícias a cenários como chuvas volumosas e queda de granizo, além de ventanias, rajadas de ventos, raios e trovoadas, ampliando os riscos de alagamentos, enxurradas e escorregamento de massa nas áreas mais suscetíveis.
“A previsibilidade da ocorrência e da intensidade desses eventos severos é desafiadora e muito difícil de ser realizada com grande antecedência”, afirma o meteorologista Reinaldo Kneib, do Simepar, citado pela Agência Estadual de Notícias (AEN).
A previsão do Simepar indica que as temperaturas médias do ar ficarão acima da normalidade para a estação em todo o Paraná. Os maiores valores de temperaturas mínimas e máximas deverão ocorrer nas regiões Oeste, Sudoeste, Norte e litorânea.
“Estão previstas ondas de calor intenso provocadas por massas de ar seco, assim como chuvas acima da média climatológica”, informa o meteorologista. “O transporte de ar quente da região amazônica para o Paraná será mais frequente nesta primavera, aumentando ainda mais o calor.”
Agricultura e pecuária
Para o campo, as agrometeorologistas Ângela Beatriz Costa e Heverly Moraes, do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná), estimam que, apesar das temperaturas elevadas, a agricultura poderá ser beneficiada pelas chuvas previstas para a estação, principalmente na metade sul do estado.
No entanto, há risco de distribuição irregular das precipitações, o que poderá prejudicar as grandes culturas como soja, milho e feijão, bem como café, cana-de-açúcar, mandioca e frutíferas, dependendo da fase de desenvolvimento. As chuvas excessivas também poderão causar erosão no solo e problemas fitossanitários como pragas e doenças.
As altas temperaturas, o granizo e os ventos fortes são outros fatores de risco à agricultura, em especial para as hortaliças folhosas. As condições climáticas serão favoráveis ao desenvolvimento das pastagens, produzindo massa verde e facilitando o manejo do gado de corte e leiteiro.
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