A Bacia do Rio Paraná 3, que engloba boa parte do Oeste paranaense, registrou a segunda maior média de temperatura desde quando esse monitoramento começou, em 1979. O ano passado, 2023, teve média de temperatura de 22,7°C, cerca de 0,9°C mais alto que o esperado. A média só fica abaixo da de 2019, quando foram registrados 22,9°C.
Esses dados fazem parte de um monitoramento feito pela Itaipu Binacional em parceria com o Parque Tecnológico Itaipu (PTI). Estudos e análises climáticas são verificados pelas empresas desde 2018. Para realizar essa pesquisa, foram utilizados dados do CPC/NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), dos Estados Unidos da América.
Os resultados mostram tendência de aumento de temperatura: entre os anos mais quentes, sete pertencem à década passada. Trinta e quatro dias de 2023 foram considerados muito acima da média, quando normalmente 18 dias por ano recebem essa qualificação. Em contrapartida, apenas quatro dias foram considerados “muito frios”.
Outro ponto de atenção diz respeito à quantidade de chuvas: o acumulado de precipitação anual teve média de 1.800mm, 215mm além do esperado. Essa disparidade representa aumento de 13%.
De acordo com Genilson Estácio da Costa, geógrafo da Diretoria de Coordenação da Itaipu, existe tendência global de aumento da temperatura média e da ocorrência de eventos extremos devido às mudanças climáticas. Além disso, 2023 foi influenciado pelo fenômeno El Niño.
“O El Niño teve início no meio do ano passado e gerou impactos no clima global. Para a Região Sul do país, ele contribuiu para a ocorrência de chuvas acima da média”, disse Moacir Schmengler, meteorologista do PTI.
Dados coletados nas atividades servem para mensurar as mudanças climáticas na região e prever a afluência de água. Simultaneamente, servem para projetos relacionados à agricultura ou qualidade da água.
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