Nem dá pra perceber, mas outono começa neste sábado. Veja a previsão pra estação

Embora seja uma estação intermediária entre o verão e o inverno, nesses primeiros 10 dias ninguém vai perceber a diferença com o verão.

Outono primaveril? Em alguns locais, até dá pra confundir. Mas é um outono-verão, mesmo. Foto Patrícia Iunovich

Se depender das previsões meteorológicas para o final de semana e pra semana que vem inteira, a gente não vai nem perceber que a estação mudou, em Foz do Iguaçu.

Oficialmente, o outono começa às 6h38 deste sábado (20) e termina à 0h32 do dia 21 de junho. Teoricamente, é uma estação intermediária, com temperaturas mais amenas e menos chuvosa que o verão. O inverno, como se sabe, caracteriza-se pelas baixas temperaturas e por poucas chuvas.

Voltemos ao outono de Foz: deste sábado até o final da semana que vem não há nenhum dia com temperaturas máximas abaixo de 30 graus. E nenhuma mínima inferior a 20 graus. O que parece isto? Claro, um verão que não quer terminar.

Não acredita? Pesquise em qualquer serviço de meteorologia. Consultamos cinco: Simepar, AccuWeather, Climatempo, Inmet e CPTEC/Inpe. Claro que há diferenças de alguns graus, entre um e outro. Mas nenhum prevê temperaturas amenas a perder de vista.

Tem chuva? Tem. Segundo o Simepar, chove sábado, domingo, segunda e terça. O Climatempo amplia a possibilidade de chuvas até quarta-feira.

Já o CPTEC/Inpe prevê chuva no domingo e na terça-feira. Nos outros dias entre esses, tempo parcialmente nublado.

O Inmet vai na mesma linha do Simepar e do Climatempo: chuva de sábado até terça-feira. Mas não chuvarada, chuva forte. Pancadas de chuva, diz o serviço.

E o AccuWeather, por fim, diz que sábado será nublado e que haverá tempestade “em algumas partes da região” domingo, segunda e terça.

Como se vê, previsões diferentes para a possibilidade de chuva. Mas até olhando pras nuvens a gente vê que a probabilidade de chover é alta.

A ESTAÇÃO

Mas como será este outono, então? Sabe-se que o índice de chuvas, no Paraná, vem em nível baixo já há mais de ano. Precisa chover, principalmente em regiões como a de Curitiba, sob ameaça de racionamento. Mas vai chover?

Em rápida análise, o Climatempo diz que as frentes frias, responsáveis pela qualidade das chuvas nesta época do ano, serão menos frequentes em abril. Por isso, a chuva deve ficar abaixo da média histórica em praticamente toda a Região Sul do Brasil. Com menos chuva, tendência é de mais dias seguidos de tempo seco e mais calor que o normal para o mês.

Em maio, as configurações oceânicas continuam não favoráveis à passagem de frentes frias. Por isso, a chuva deve ser menos frequente, e deve acumular volumes abaixo da média histórica. As temperaturas caem, como é comum nesta época do ano, mas faz menos frio que o costume.

Já no mês de junho, algumas frentes frias mais intensas vão passar pela Região Sul e provocar mais chuva do que o normal no leste da Região. Além disso, as massas de ar frio também deverão ser mais fortes e deixarão as temperaturas baixas, especialmente no Rio Grande do Sul.

As árvores já perderam um pouco do viço. Marcas de outono. Foto Patrícia Iunovich

LA NIÑA

A Agência Estadual de Notícias (AEN) traz matéria sobre a chegada do outono, confirmando que o primeiro dia, este sábado, será abafado e parcialmente nublado e com chuvas em todo o Paraná. A mínima vai ser de 16 graus em Ponta Grossa e a máxima – só podia ser aqui! – de 33 graus em Foz do Iguaçu.

Quanto ao outono, terá o fenômeno climático La Niña ainda em atuação. Ele só perde forças e tende a dissipar-se até o final da estação, diz o meteorologista do Simepar Reinaldo Kneib.

O cenário climático indica redução gradual do volume de chuva, que deve ficar abaixo da normalidade: “Estão previstos vários períodos prolongados sem chuva”, informa Kneib. Os principais eventos chuvosos serão causados por frentes frias.

No decorrer da estação, as manhãs e noites se tornam mais frias enquanto as tardes seguem quentes. A partir de maio, ondas de ar frio e seco serão mais frequentes e intensas, provocando expressivo declínio da temperatura do ar. Segundo o meteorologista, haverá alguns dias muito frios intercalados com períodos de calor.

Os veranicos, os nevoeiros e as geadas são fenômenos típicos da estação no Paraná, com intensidade e duração variáveis conforme o padrão climático predominante em cada região.

O quadro acima, publicado pela AEN, mostra as médias históricas de chuva e de temperaturas nas várias regiões do Paraná. Veja que a Oeste, onde fica Foz, tem a temperatura máxima histórica mais baixa que o Litoral, nos três meses de outono.

Mas Foz tem máximas históricas mais elevadas que as da região. Segundo o Climatempo, a média para março, por exemplo, é de 30 graus; abril, também 30 graus; e maio, 26 graus.

Quer dizer, Foz é a terra das cataratas, de Itaipu, da tríplice fronteira e do calor. Muito calor!

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