Reservatórios da Sanepar e das usinas se recuperaram parcialmente, mas ainda estão longe do normal.
O levantamento divulgado nesta quinta-feira, 4, pelo Instituto de Água e Terras, mostra que só na região do Litoral houve chuvas abundantes, desde o último informe, de quinta-feira passada (28 de outubro).
O acompanhamento do nível dos 51 rios paranaenses continua sendo decepcionante. Mesmo com toda a chuvarada de outubro, mês generoso em relação aos anteriores, prevalecem no mapa hidrológico do Paraná as estações telemétricas marcadas com triângulo vermelho, isto é, com nível abaixo da cota normal.
Isto vale tanto para a bacia do Rio Iguaçu, onde estão onde 11 usinas hidrelétricas, como para as bacias do Paranapanema, Paraná 3 (Itaipu), Tibagi e Ivaí, entre outras.
Nos últimos sete dias, choveu praticamente em todo o Paraná. Mas somente no Litoral a chuva foi volumosa, a ponto até de provocar algumas enchentes em Morretes, por exemplo. Na região litorânea, o volume de chuva variou entre 151 e 248 milímetros.
Com expectativa de ser um mês com chuva abaixo da média, novembro tende, ao menos, a contribuir para que os níveis não baixem mais.
ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Graças às chuvas de outubro, a Sanepar pôde amenizar ou até encerrar o rodízio no abastecimento de água em alguns municípios, como Céu Azul, no Oeste do Estado. A cidade é abastecida por poços, que “recuperaram um pouco da vazão, favorecendo o fornecimento de água de forma regular para todas as regiões”, segundo a empresa.
Mas a situação “ainda requer cuidados e o uso racional da água”, completa a empresa. Mesmo com a suspensão do rodízio, a Sanepar orienta evitar desperdícios. A água deve ser utilizada prioritariamente para consumo humano e higiene pessoal.
Na região de Curitiba, a situação foi amenizada, graças às chuvas locais e também e também às que caíram na Serra do Mar, onde estão as nascentes de alguns dos rios que cortam a cidade.
A Barragem do Iraí, a maior do Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana, está com 55,52% de capacidade; a de Passaúna, 65,17%; a de Piraquara 1, 78%; e a de Piraquara 2, 84,07%.
O total do Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba, que é a média de armazenamento das quatro barragens, está em 66%. O ideal é que chegue a 80%. Na semana passada, o sistema integrado estava com 60% da capacidade.
RESERVATÓRIOS DE USINAS
Nas usinas, persistem reservatórios com nível baixo, em relação ao ideal.
Foz do Areia, às 11h desta quinta, estava com 57,98% de volume útil.
Salto Caxias, com 43,7%.
Salto Osório, com 88,45%.
Salto Santiago, com 33,8%.
Salto Segredo, com 53,11%.
Nas 11 usinas da bacia do Rio Iguaçu, a operação não foi alte: produção é paralisada ou reduzida, nas horas de menor consumo, pra recuperar o volume útil dos reservatórios.
Nas Cataratas, a vazão estava, às 11h desta quinta, em 816 metros cúbicos por segundo.
As Cataratas recebem diretamente o que vem da usina do Baixo Iguaçu, a última da bacia do rio. A usina está com apenas 22,25% do volume útil do reservatório e tem produzido mais do que recebe de água rio acima, o que garante a vazão nas Cataratas.
Ao contrário das demais usinas, por ser a última da bacia e porque seu reservatório é “a fio d´água”, a Baixo Iguaçu produz tudo o que é possível.
Toda a água afluente é aproveitada para gerar energia. Ela ainda utiliza na produção, com o devido cuidado, o pequeno estoque mantido para a regularização diária ou semanal.
MÊS DE CHUVA, SEM EXAGERO
Novembro, conforme se pode acompanhar diariamente na previsão dos serviços de meteorologia, não será um mês seco, como setembro.
Mas não se esperam chuvas volumosas, como em outubro, o que seria ideal para a recuperação mais rápida dos rios e das reservas de água.
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