Chove nesta terça-feira, dia 11? Ou na quarta? E a temperatura máxima, hoje, fica em 21 graus? Ou sobe até 30 graus, repentinamente? Pois é, assim são as previsões para Foz do Iguaçu, por vezes contraditórias. Ninguém se entende quanto ao tempo.
Mas vamos pela lógica, pelo bom senso. Neste momento, o tempo está fechado. Só de olhar pela janela dá pra perceber que pode chover ainda hoje. Ou amanhã.
Vejamos, então, o que diz a meteorologia, por serviço:
Simepar: não chove nesta terça; chove quarta, mas, de novo, a conta-gotas – mero 1,5 milímetro. Temperatura desta terça varia de 14 a 22 graus; na quarta, de 15 a 23 graus.
Climatempo: sol com muitas nuvens durante o dia, hoje. Períodos de nublado, com chuva a qualquer hora. Até as 9h o que não teve foi sol, mas só o cinzentão. Temperaturas variam de 15 a 21 graus. Na quarta, a previsão é idêntica. A diferença está na temperatura, que varia de 14 a 23 graus.
AccuWeather: “aguaceiros”, pra hoje. Só isso. E temperaturas entre 16 e 22 graus. Na quarta, “nuvens passando a períodos de sol”. Mínima de 10, máxima de 22 graus.
CPTEC/Inpe: se chover hoje, é à noite (60% de chance). Mínima de 17, máxima de 23 graus. De fato, não fez tanto frio assim de manhã, como outros serviços previram. Pra quarta, temperaturas variam de 14 a 20 graus. Chance de chuva aumenta para 90%.
Inmet: pancadas de chuva de tarde e de noite. Mínima de 18 graus e máxima de 30 graus. Hummm, esta máxima aí parece meio fora de lógica, além de contrariar todos os outros prognósticos. É um ponto fora da curva, diríamos. Pra quarta-feira, “encoberto com chuvisco”. Mínima de 16, máxima de 22 graus.
CONCLUSÕES
Pouca coisa a concluir. A não ser que a possibilidade de chover hoje ou amanhã parece ser grande. Que será pouca chuva, também parece não haver dúvida.
Na temperatura de hoje, terça, a distorção parece que vem do Inmet, com a máxima de 30 graus. Mas há coerência no que todos os serviços preveem para quarta-feira, pelo menos em relação às temperaturas.
Quanto às chuvas, os “aguaceiros” do AccuWeather também parecem exagerados. Digamos, então, que uma boa hipótese é que a chuva chegue hoje à noite e prossiga amanhã. Mas a conta-gotas. Chute por chute, estamos virando craques.
O triste é a unanimidade para o pós-quarta-feira: de novo, frase que já usamos insistentemente por aqui – “sem chuva a perder de vista”.
Enquanto isso, reservatórios de abastecimento de água e das usinas hidrelétricas continuam baixando, o risco de piorar a crise d´água na região de Curitiba aumenta e os rios Paraná e Iguaçu perderam seu caudal. O Rio Paraná, na Ponte da Amizade, está na cota 92,73 metros, quando o ideal é acima de 100 metros.
No Rio Iguaçu, a vazão nas Cataratas está nesta terça em 385 metros cúbicos por segundo, ou quase um quarto menor do que a vazão em períodos normais.
CONSEQUÊNCIAS
A baixa do Rio Iguaçu prejudica a captação de água para atender a população de Puerto Iguazú, na Argentina. Ali, o racionamento é cada vez mais inevitável.
Já a baixa do Rio Paraná deixa os paraguaios sem poder levar aos portos da Argentina e Uruguai a colheita de grãos, que estão estocados em armazéns e barcaças, já que o nível do rio não permite o tráfego pela hidrovia. A dificuldade de navegação faz com que US$ 2 milhões em grãos fiquem “parados”.
SOLUÇÃO
Brasileiros, paraguaios e argentinos precisam ir às origens indígenas e fazer a dança da chuva, bem comum entre os guaranis, que habitaram regiões desses três países.
Na seca de 2014, em São Paulo, um grupo de guaranis foi à Praça da Sé e mostrou como se faz. Parece que a chuva veio, algum tempo depois.
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