Confira a previsão para os próximos dias. E reveja como deve ser o outono.
Ao contrário do alerta vermelho do Inmet, em vigor desde as 15h de quinta-feira até 10h desta sexta-feira, 25, as chuvas em Foz não trouxeram grandes problemas, durante o período previsto.
Mas choveu bastante: das 21h de quinta até as 9h desta sexta, o acumulado de chuvas chegou a 58 milímetros.
O volme é abaixo do esperado pelo Inmet, mas é significativo: representa mais de um terço dos 137 milímetros da média histórica para o mês de março inteiro, em Foz do Iguaçu.
COMO FICA AGORA
De acordo com os meteorologistas de cinco serviços – Simepar, Inmet, AccuWeather, Sistema Faep e Climatempo, o tempo muda já a partir deste sábado, 26.
Esta unanimidade pode então dar certa garantia da mudança. O sol reina, ainda de acordo com esses serviços, até quarta-feira da semana que vem, quando volta a chover.
As temperaturas permanecem baixas, com máximas entre 25 e 26 graus, no final de semana, e mínimas entre 13 e 15 graus.
NOSSOS RIOS
O site Hidroinfoparaná, que traz toda quinta-feira a situação do nível dos rios paranaenses, ainda está pontilhado de vermelho – o triângulo desta cor indica que a cota do rio está abaixo da normal.
Mas nota-se que na bacia do Rio Iguaçu já havia pontos verdes, o que não era visto em publicações anteriores. E isso antes da chuvarada de quinta-feira, muito acima da média mensal em várias regiões atingidas pela bacia.
O Rio Paraná também deu uma recuperada, conforme medição feita na Ponte da Amizade. Segundo a Divisão de Hidrologia da Itaipu Binacional, o Rio Paraná está, neste local, entre a cota mínima de 96,25 e máxima de 98,05 metros acima do nível do mar.
Isto é, está entre 9,34 e 7,54 metros abaixo da cota normal. Ainda baixo, mas já é uma boa recuperação, pois a cota oscilava entre 10 e 12 metros abaixo da normal, antes das chuvas do início de outono.
OUTONO SECO?
É aqui que entra uma questão importante: se estes primeiros dias de outono foram de chuvas muito acima da média em várias regiões do Paraná, prevalece ainda a previsão para outono, de ser um mês ainda mais seco do que o normal?
“A ocorrência de chuvas ficará entre próxima e abaixo da média climatológica em todas as regiões, com distribuição muito irregular no tempo e no espaço, como já vem ocorrendo nos últimos meses”, disse o meteorologista do Simepar Reinaldo Kneib, conforme matéria distribuída pela Agência Estadual de Notícias, alguns dias antes do outono.
Pode ser que isso ocorra a partir de abril, o que voltaria a prejudicar a recuperação do nível dos rios e dos reservatórios do Estado.
Mas a meteorologia não previa tanta chuva neste período do mês. E não só os especialistas do tempo no Brasil, mas também os da Argentina e do Paraguai indicavam tempo seco pela frente, devido aos efeitos do fenômeno La Niña, que ganharia força no outono.
Se março era pra ser um mês seco, como foi no período em que era verão, reverteu os prognósticos a partir da entrada no outono. As famosas “chuvas de março” chegaram, finalmente. E com muita força.
Em Foz do Iguaçu, já choveu mais de 300 milímetros, no acumulado desde quarta-feira. Mais do que o dobro previsto para o mês inteiro.
MUDANÇA CLIMÁTICA
A princípio, vamos acreditar nos meteorologistas, embora não tenham previsto essas volumosas chuvas de março: outono será seco, daqui pra frente.
Os serviços com previsão por tempo mais longo indicam poucos dias de chuva pela frente.
Até dia 8 de abril, chove em três dias: na quarta-feira e, depois, nos dias 7 e 8, de acordo com o Simepar.
No mesmo período, serão também apenas três dias chuvosos, de acordo com o Climatempo. Mas, com exceção da quarta-feira, os outros dois dias são diferentes da previsão do Simepar.
Serviço que tem a previsão mais longa, por 30 dias, o Sistema Faep prevê 14 dias com chuva, de hoje até 23 de abril. Chuva leve ou moderada.
E o AccuWeather, até 5 de abril, antevê dois dias chuvosos: a próxima quarta-feira e 4 de abril, uma segunda-feira.
Claro que tudo isso poderá ser comprovado na prática. Mas se nada se confirmar, dá pra entender. Além do fenômeno La Niña, que é da natureza e, embora complicado, previsível, existe ainda outro fator: as mudanças climáticas provocadas pelo homem.
Mundo afora, faz calor acima dos níveis históricos, com cada vez mais frequência; o gelo derrete no Ártico; as tempestades vêm com virulência poucas vezes vista; o frio é assassino, em algumas regiões; e os meteorologistas piram.
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