Até o sol e a lua estão diferentes, neste estranho inverno de Foz

A névoa seca deixa a cidade acinzentada e nem o sol consegue vencer. E muda de cor ao surgir, como a lua.

  • Eu acabei de limpar, já está tudo empoeirado de novo – queixa-se a diarista Jéssica. “E não dá pra fechar portas e janelas, se não a gente não aguenta o calor.”

Até dá pra fechar tudo, se ligar o ar condicionado. Mas o patrão não quer isso durante o dia, pra não estourar o orçamento. Assim, o jeito é passar mais um pano úmido na casa.

O que acontece no microcosmo de Jéssica se repete no microclima de Foz do Iguaçu: poeira no ar. Muita poeira.

A tal ponto que se forma a névoa seca ou nevoeiro fotoquímico, na atmosfera. Este fenômeno, que vivemos nos últimos dias, dá um aspecto acinzentado ao ar.

Ao amanhecer, o sol surge mais avermelhado. Aí, passa o dia todo tentando vencer a névoa seca. Às vezes tem sucesso.

Já a lua – que está na fase de lua cheia – também apareceu no início da manhã meio avermelhada. As nuvens e a névoa seca logo a encobriram.

Olha a lua, por volta das 6h30. Bonita, mais colorida (a imagem talvez não mostre quanto) e tentando vencer a névoa seca. Foto Patrícia Iunovich

As cores do sol e da lua mudam apenas aqui para nós. A lua apenas reflete a luz solar, que é branca, mas formada por ondas de vários comprimentos. Portanto, de várias cores.

Ao atravessar a atmosfera, a lua ganha uma cor amarelada, normalmente. E o sol aparece amarelo durante o dia e com cores mais fortes no amanhecer e no crepúsculo vespertino.

A mudança de cor é maior, para nós, quando há poluição, queimada e tempo muito seco. Das queimadas, parece que nos livramos por aqui. Mas vem a fumaça de queimadas distantes. Poluição e secura não nos falta.

ESTRANHO?

Aí vão perguntar ao ser publicada a matéria em redes sociais: por que “estranho inverno de Foz”?

Ora, temperaturas baixas já tivemos em outros invernos. Mas, em agosto, as máximas foram muito superiores à média histórica. E, em julho, fez frio pra valer.

Sem contar que viemos – e prosseguimos por enquanto – de um período de estiagem sem paralelo nas últimas décadas.

Só não é estranho se a gente considerar que o mundo inteiro está vivendo uma mudança climática terrível. Aí, Foz está dentro do “novo normal” para o clima.

VEM CHUVA!

Mas o tempo muda esta semana. O dia em que há unanimidade absoluta de previsão de todos os serviços de meteorologia é quinta-feira, 26.

Simepar, AccuWeather, Climatempo, Inmet, CPTEC/Inpe e Tempo Agora preveem não só chuva mas uma queda brusca na temperatura. Quase todos apostam em máxima de 21 graus e mínima entre 11 e 15 graus.

A mudança é resultado de uma massa de ar frio que está no Rio Grande do Sul e já está causando muitos temporais por lá. Chega ao Paraná ao longo da semana.

Excetuando a unanimidade de quinta-feira chuvosa, cada serviço tem previsão diferente para a chegada da tão esperada chuva.

O AccuWeather, por exemplo, anuncia “uma tempestade em partes da região” na quarta-feira, 25.

Previsão que se repete no Inmet para a quarta: “Nublado com pancadas de chuva e trovoadas”.

O Climatempo já antevê chuvas a partir de terça-feira, na forma de pancadas, que prosseguem na quarta e quinta-feiras.

O Tempo Agora coincide com o Climatempo na chuva a partir de terça. Mas o período chuvoso não acaba na quinta, e sim na sexta-feira, 27.

O Simepar e o CPTEC/Inpe mantêm a previsão pessimista: chove só e exclusivamente na quinta-feira.

O que será que a diarista Jéssica prefere? Chuva ou tempo bom, com muita poeira? A ser questionada…

TEMPERATURAS AMENAS E FRIOZINHO

A coincidência de previsões se mantém na questão de temperaturas.

Com diferenças de alguns graus na máxima e na mínima, todos os serviços apostam em temperaturas amenas, com temperaturas mínimas, ao longo dos dias, que podem parecer, para alguns, um friozinho. Mas coisa leve.

SINAIS DE PRIMAVERA

Já falta menos de um mês. Um dia menos que um mês, na verdade. Mas já dá vontade de antecipar a primavera, que oficialmente começa às 16h21 do dia 22 de setembro.

Algumas espécies de árvores se antecipam. É o caso dos ipês, já floridos, no esplendor de suas cores.

As fotos são de Patrícia Iunovich.

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