A situação é cada vez mais grave nos rios que formam a hidrovia Paraguai-Paraná e Prata.
O recorde histórico de baixa do Rio Paraguai, em Assunção, foi atingido nesta quinta-feira, 22: – 0,55 metro. Em 24 horas, o rio baixou 2 centímetros e superou o recorde anterior, de outubro de 2020: – 0,54, marca que superava um registro de 51 anos atrás.
A tendência é que o rio desça ainda mais nos próximos dias. A redução do nível do rio trará consequências econômicas graves para o Paraguai, como lembra o jornal Última Hora, já que ficará intransitável para barcos, barcaças e rebocadores.
O transporte de combustíveis e de outros insumos vitais para o comércio já está praticamente impossibilitado, o que vai aumentar os custos de fretes e, por consequência, os preços para os consumidores.
O Paraguai conta com uma das maiores frotas de barcaças do mundo, utilizadas para transportar a produção agrícola rumo aos portos da Argentina e Uruguai e também para trazer produtos de importação, inclusive combustíveis, já que o país não tem costa marítima.
Se a navegação comercial for totalmente paralisada, as perdas poderão chegar a US$ 100 milhões.
Por enquanto, as perspectivas são negativas. Seria necessário chover 30 milímetros diários por algum tempo, para recuperar o rio e seus afluentes.
No entanto, não há previsão de isso acontecer. E em novembro, devem começar a aparecer os efeitos de La Niña, que trará ainda mais seca.
NOSSOS RIOS
Enquanto isso, a situação no Rio Paraná melhorou um pouco, nos últimos dias. Na Ponte da Amizade, o rio vai variar entre a cota 95,65 e 97,34 metros acima do nível do mar, nesta quinta-feira, 23, segundo o Boletim Hidrológico da Itaipu Binacional.
Para sexta-feira, mínima deve baixar para 95,33 e máxima para 96,82 metros. A situação está melhor que em semanas anteriores, mas ainda assim o Rio Paraná está cerca de 8 metros abaixo da cota normal.
RIO IGUAÇU
Nas Cataratas do Iguaçu, a vazão nesta quinta-feira está em 1.690 metros cúbicos por segundo, superior à vazão em períodos normais, que gira em torno de 1.500 m³/s.
Na quarta-feira, 22, a vazão nas Cataratas chegou a superar, em alguns horários, 2 mil m³/s. ÀS 13h, chegou a 2 mil “redondos”. Às 14h, a 2.030 m³/s; às 15h, a 2.040 m³/s; e às 16h, a 2.020 m³/s. Depois, foi progressivamente voltando a níveis mais baixos, mas ainda assim superiores aos de períodos normais.
“FORA DO AR”
Não foi possível, nesta quinta, obter informações do Instituto Água e Terra (IAT) sobre a situação dos rios paranaenses em geral, que expliquem, inclusive, como o Iguaçu está com vazão tão alta nas Cataratas.
O levantamento sobre os 51 rios paranaenses, baseado em registros das 86 estações telemétricas, é divulgado toda quinta-feira pelo IAT, no site Hidroinforma, que hoje não foi ao ar.
Aliás, aparentemente todos os endereços eletrônicos do Governo do Estado estão com problemas. Não é possível acessar nenhuma página, inclusive da Agência Estadual de Notícias.
Veja a notícia de quinta-feira passada:
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