Um Brasil comunista e o acordo do Mercosul

Acordo entre Mercosul e União Europeia oxigena comércio internacionais do Brasil.

Aida Franco de Lima – OPINIÃO

O acordo do Mercosul está sendo costurado há 25 anos, e agora os aspectos técnicos foram selados, mas ainda é preciso o aval do Conselho Europeu e do Parlamento Europeu. Esse Acordo de Associação entre o Mercosul e a União Europeia tem por finalidade ampliar e fortalecer as relações bilaterais entre os dois blocos. Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai integram o bloco local, enquanto a Venezuela é membro em processo de adesão. Outros 27 países formam o grupo da União Europeia.

O acordo pretende facilitar o comércio de bens e produtos entre os países envolvidos, com a diminuição de tarifas comerciais e incentivo aos investimentos. Porém, o que é motivo de comemoração para os signatários é alvo de crítica por outros, como Polônia, Áustria e França, este que é o maior país agrícola da Europa e não quer dividir o comércio, com o Brasil, por exemplo. 

Há a expectativa de que sejam ampliados e facilitados acordos em setores cruciais para o mercado mundial, sendo eles:

  • colaboração política;
  • parceria ambiental;
  • comércio livre entre os blocos;
  • alinhamento de normas sanitárias e fitossanitárias (focadas no controle de pragas e doenças);
  • garantia dos direitos de propriedade intelectual; e
  • acesso às licitações e compras governamentais.

Se o acordo for ratificado pelos parlamentos dos países envolvidos, a estimativa é a de que 700 milhões de pessoas sejam impactadas positivamente.

O acordo passará pela análise do Conselho e do Parlamento Europeu, que reúnem os chefes de Estado e eurodeputados eleitos para representar os países da União Europeia, respectivamente. Também é necessária a aprovação de parlamentos de todos os países que integram a UE e o Mercosul. E não há um prazo definido para a conclusão dessas etapas.

No Conselho, que é composto por representantes dos governos dos 27 Estados-membros da União Europeia, a aprovação exige o apoio de 15 países que representem, no mínimo, 65% da população do bloco. Para bloquear a decisão, é necessário que quatro países representem pelo menos 35% da população total da UE. Se a Itália juntar-se aos demais países, será possível frear o arranjo diplomático.

Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, participou do anúncio em Montevidéu e assegurou: “Esse é um bom dia para o Mercosul, é um bom dia para a Europa e, de certa forma, um momento histórico para nosso futuro compartilhado.”

Produtores brasileiros comemoram a possibilidade de aumentarem as exportações, enquanto analistas apontam para a necessidade de a indústria brasileira inovar para ter pernas para competir com os demais países.

Mas onde está o comunismo no meio disso tudo? Não foi dito que o Brasil iria virar uma Venezuela? Porém agora está liderando negociações que se arrastam há um quarto de século? O comunismo do título está nas fake news que ainda circulam nos grupos do “zap zap”.

Este texto é de responsabilidade do autor/da autora e não reflete necessariamente a opinião do H2FOZ.

Quer divulgar a sua opinião. Envie o seu artigo para o e-mail portal@h2foz.com.br.

Vc lê o H2 diariamente? Assine o portal e ajude a fortalecer o jornalismo!
LEIA TAMBÉM
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.