Segundo o Boletim Hidrológico da Itaipu, a cota do Rio Paraná na Ponte da Amizade está em 92,04 metros acima do mar, na manhã deste domingo (13).
Muito baixa. A vazão com que nos acostumamos é acima de 105 metros acima do nível do mar.
Pior: não há chuva à vista. Nem a prazo médio. Até o final de agosto, seca garantida em toda a bacia do Rio Paraná.
Muda a paisagem, aqui em Foz do Iguaçu, principalmente na fronteira com o Paraguai, onde a ilha Acaray ficou exposta.
Mas é pior águas abaixo, onde a vazão do Rio Paraná prejudica a navegação no Paraguai e Argentina. E também a pesca.
O Paranazão, que por enquanto não faz jus ao apelido, sequer tem ajuda de seus afluentes.
RIOS IGUAÇU E PARAGUAI
O Rio Iguaçu, principal afluente no Estado, está com afluência nas Cataratas de apenas 383 metros cúbicos por segundo, neste domingo, 13. Um quinto da vazão normal.
O Rio Paraguai, maior afluente do Rio Paraná, também é vítima da seca, começando no trecho brasileiro.
Em Cáceres, no Mato Grosso, o Rio Paraguai estava, há quatro dias, na cota 1,08 metro, a menor desde 1965.
Em Assunção, no Paraguai, o pior da seca do Rio Paraguai ainda está por vir.
O nível do rio está em 60 cm, ainda longe do 0,54 metro negativo registrado em 2020. A previsão é que o fenômeno se repita nos próximos meses, informa o jornal ABC Color.
Rio Paraná seco, afluentes idem. E os indicadores na Argentina assustam.
A 620 KM DA PONTE
Em Corrientes, capital da província argentina do mesmo nome, o Paraná mantém a tendência de queda.
Na sexta-feira, 11, atingiu 1,98 metro abaixo do limite de períodos de seca (2,30 metros), segundo o portal El Territorio.
Corrientes fica a mais de 620 km da Ponte da Amizade, onde o rio dá os primeiros sinais da seca, depois de as águas do reservatório gerarem energia em Itaipu.
O Instituto Nacional de Água da Argentina informou que a tendência climática até 31 de agosto continua desfavorável.
“Há baixa probabilidade de uma franca recuperação nos próximos meses”, dizem os técnicos, conforme El Territorio.
A cidade de Corrientes fica a menos de 30 km da Ilha de Cerrito, onde o Rio Paraná recebe as águas do Rio Paraguai e passa a correr exclusivamente em território argentino, até formar o Rio da Prata.
Ainda segundo os técnicos do Instituto Nacional de Água, “os valores de vazão atuais e os esperados são muito inferiores aos normais, e podem aproximar-se dos mínimos históricos”.
LONGE DA MÉDIA DO MÊS
Pra dar mais uma ideia da situação, em La Paz, também na Argentina, o Rio Paraná está na altura de 64 centímetros, 1,14 metro abaixo do que estava no início do mês.
Isso é muito inferior à altura normal, de 3,20 metros, nos períodos de estiagem. A previsão do instituto é que a altura caia ate 50 centímetros, quando a média histórica, em junho, é de 2,22 metros.
Por causa dessa baixa vazão, há embarcações encalhadas no barro, apareceram numerosos bancos de areia, surgiram no barro âncoras antigas, grandes peixes ficaram presos em bancos de areia e os municípios têm que se virar pra manter o serviço de água em diferentes localidades da província de Entre Rios.
PESCA EM CRISE
Esta é a tradução de um trecho de descrição dos problemas feitos por El Território.
Para os pescadores e comerciantes de pescados, a seca é trágica. Caiu fortemente o produto da pesca, bem como as vendas.
Não é só a paisagem que muda. É a vida de milhares de pessoas que é afetada.
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