Desde meados de março, o Paraguai espera que o Rio Paraná suba para permitir o escoamento de 125 mil toneladas de soja e seus derivados, além de milho. Em exportação, isso representa mais de US$ 1 bilhão, segundo o jornal Última Hora.
Não há perspectivas de melhoras a curto prazo. A exemplo do que ocorreu no ano passado, a única possibilidade de escoamento da safra é que a usina de Itaipu libere mais água, para possibilitar o funcionamento da eclusa da usina binacional Yacyretá, por onde passam as barcaças rumos aos portos na Argentina e Uruguai.
Representantes das duas usinas binacionais, Yacyretá e Itaipu, foram convocados para uma conversa com o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, para explicar como está a situação.
O engenheiro Hugo Zárate, superintendente de Operação de Itaipu, disse que explicou ao presideente que as expectativas são boas em relação às gestões operacionais que estão sendo negociadas com o Brasil.
BAIXA HISTÓRICA
“Estamos em tratativas e trabalhos técnicos com os pares brasileiros para ver se poderemos viabilizar a navegação águas abaixo”, disse o engenheiro. Embora seja o mesmo procedimento já adotado em 2020, ele lembrou que, como a temporada é extremamente seca, a operação será mais difícil.
“Na história, não temos anotados registros (de níveis do rio) tão baixos como os que estamos observando ultimamente”, disse o engenheiro de Itaipu.
Zárate explicou que a operação consiste em que o Brasil libere águas das represas de usinas localizadas a montante (acima) da binacional, de modo a aumentar a vazão do reservatório de Itaipu e permitir que a usina aumenta a produção, o que vai se refletir em mais água abaixo da usina.
“A tarefa técnica é muito difícil, mas estamos otimistas de poder executar com os ares brasileiros. É uma operação que implica 15 dias para garantir navegação por cinco dias”, disse Zárate.
ECLUSA SEM ÁGUA
O presidente da binacional Yacyretá, Nicanor Duarte Frutos, contou que o Rio Paraná está no nível de 25 centímetros na região de Ituzaingó (Argentina), mas é preciso no mínimo 80 centímetros para viabilizar a passagem pela eclusa.
Ele disse que pela eclusa de Yacyretá passam, anualmente, 2,5 milhões de toneladas de matéria-prima, o que representa praticamente 25% dos produtos paraguaios.
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