A qualidade da água na Bacia do Paraná 3 (BP3), que engloba grande parte da Região Oeste, está sendo monitorada pelo Projeto Hidrosfera, desenvolvido em parceria entre Itaipu Binacional, Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e Laboratório de Pesquisas Hidrogeológicas da Universidade Federal do Paraná (LPH-UFPR).
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O acompanhamento das “águas invisíveis”, que garantem o abastecimento de muitas cidades e também são utilizadas em atividades como a agricultura e a indústria, teve início em 2018, com o intuito de promover o acompanhamento periódico das condições das reservas subterrâneas.
A nova fase, com a consolidação da metodologia e o desenvolvimento de um ambiente digital para auxiliar na tomada de decisões, começou em 2023. Atualmente, 60 poços de monitoramento estão ativos em diferentes municípios do Oeste do Paraná.
“Nesta nova fase, queremos estabelecer um canal direto de comunicação que mostre os resultados, para que a própria população consiga aprender e buscar mais cuidado ou para que haja uma cobrança por parte das agências governamentais, para que não tenhamos deterioração na qualidade”, explica o professor Gustavo Barbosa Athayde, diretor do Núcleo Científico do LPF-UFPR e coordenador do Projeto Hidrosfera, citado pela assessoria de Itaipu.
O Hidrosfera possui duas redes de monitoramento. Em 24 poços, existem sensores instalados para acompanhar a variação do nível das águas subterrâneas. Nos outros 36, a água é coletada a partir de uma bomba instalada nos poços tubulares destinados ao abastecimento. Neles é feita a avaliação da qualidade dos recursos hídricos, para verificar se há algum tipo de contaminação.
“Na parte do monitoramento hidroquímico, são feitas inúmeras análises, como de poluentes, íons dissolvidos e também monitoramento de agrotóxicos. Fizemos uma varredura de parâmetros bem extensa, para conhecer realmente a qualidade da água subterrânea”, detalha Bianca do Amaral, que coordena a equipe do laboratório no PTI.
De acordo com Itaipu, a coleta das amostras para mensuração da qualidade ocorre a cada três meses. Já a medição dos níveis é feita de forma horária, com a coleta de dados em campo realizada pelos técnicos do projeto a cada 45 dias.
“Com esses dados, pretendemos mostrar a variação da quantidade de água no aquífero ao longo de um período: quanto de água está armazenada, quanto está saindo, se tem relação com a chuva. Isso é importante para saber se o aquífero está sendo recarregado, se estamos tirando mais água do que o que está entrando”, ressalta Lucas Garcia, gestor do projeto pela binacional.
Na Bacia do Paraná 3, o Sistema Aquífero Serra Geral é responsável por 89% da demanda de água para consumo humano e 50% da demanda da agricultura. A BP3 é considerada a região brasileira de maior potencial de produtividade de água subterrânea sobre aquíferos fraturados vulcânicos.
(Com informações de Itaipu Binacional)
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